As autoridades da Venezuela estão investigando a líder da oposição no país, Maria Corina Machado, por uma suposta traição após ela ter expressado apoio a um projeto de lei bipartidário dos Estados Unidos.
A medida busca impedir Washington de fazer negócios com qualquer entidade que tenha laços comerciais com o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Em uma declaração, a Procuradoria Geral do país disse que o apoio de Machado é considerado um “terrível ato criminoso contra o povo venezuelano”. Machado também está sendo investigada por conspiração com países estrangeiros e associação para cometer um crime.
Machado, uma das principais líderes da oposição da Venezuela, foi proibida de concorrer na eleição presidencial de julho no país. A votação foi marcada por alegações de fraude que resultaram na prisão de figuras da oposição.
A CNN entrou em contato com a equipe de Machado para comentar.
O projeto de lei dos EUA, apresentado pelos deputados da Flórida Mike Waltz, do Partido Republicano, e Debbie Wasserman Schultz, do Partido Democrata, foi aprovado na segunda-feira (18) pela Câmara dos Representantes.
Waltz, a quem o presidente eleito Donald Trump pediu para atuar como seu conselheiro de segurança nacional, escreveu na quarta-feira (20) que Machado “continua sendo um farol de esperança para os venezuelanos que rejeitaram Maduro e seu autoritarismo socialista” ao anunciar o projeto de lei.
"Estou orgulhosa que a Câmara aprovou meu projeto de lei, a Lei Bolivar, para impedir o governo federal de fazer negócios com qualquer pessoa que tenha laços comerciais com o regime de Maduro", escreveu Walz.
Machado, que está escondida, mais tarde agradeceu a Waltz e à Câmara dos Representantes por aprovar a iniciativa. "É um passo crucial para responsabilizar o regime de Maduro", ela escreveu no X na quarta-feira.
Durante um evento televisionado na quarta-feira, Maduro criticou o projeto de lei e disse que as ações da oposição contra ele não serão bem-sucedidas.
A Venezuela está em um estado de crise após o término do processo, quando a autoridade eleitoral do país declarou Maduro vencedor com 51% dos votos contra o candidato Edmundo González.
Mesmo depois que as autoridades eleitorais e judiciais da Venezuela anunciaram a vitória de Maduro, elas não mostraram resultados detalhados e registros eleitorais para apoiá-la, gerando revolta e preocupação em todo o país e no exterior.
Vários países, incluindo os EUA, reconheceram formalmente González como presidente eleito do país após a eleição disputada.
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CNN Brasil