O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcou em Angola nesta segunda-feira (2) para uma visita focada em um projeto ferroviário apoiado pelos EUA e nas consequências da escravidão, mas a sua decisão de perdoar o seu filho Hunter Biden ameaçou ofuscar a agenda oficial.
A visita cumpre a promessa de visitar a África Subsariana durante a sua presidência e visa reforçar o projeto do Corredor do Lobito, que liga a República Democrática do Congo e a Zâmbia, ricas em recursos, ao porto angolano do Lobito, no Oceano Atlântico.
Parcialmente financiado por um empréstimo dos EUA, o Corredor do Lobito tornaria mais rápida e fácil a exportação de minerais críticos para os Estados Unidos, o que tem sido amplamente visto como uma forma de desviar alguns desses recursos da China.
Grandes fornecimentos de minerais como o cobre e o cobalto estão em jogo. Esses minerais são encontrados no Congo e são um componente essencial de baterias e outros produtos eletrônicos. A China é o principal interveniente no Congo, o que se tornou uma preocupação crescente para Washington.
Durante a sua visita de dois dias a Angola, Biden deverá encontrar-se com o presidente João Lourenço e com o líder zambiano, presidente Hakainde Hichilema, e visitar o museu nacional da escravidão e várias instalações no Lobito.
O porta-voz de segurança nacional de Biden, John Kirby, disse que o democrata revelaria compromissos adicionais com o projeto durante sua visita, bem como com programas de saúde, clima e energia limpa.
Embora a viagem de Biden aconteça nos últimos dias da sua presidência, Donald Trump provavelmente apoiará o projeto e continuará a ser um parceiro próximo de Angola quando voltar à Casa Branca em janeiro, de acordo com duas autoridades ??que serviram na administração anterior do republicano.
CNN Brasil