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Ibovespa recua sem alívio em preocupação com fiscal

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, refletindo um mercado ainda desconfiado sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, enquanto a queda do minério de ferro e do petróleo no exterior pressionaram as blue chips Vale e Petrobras.

Por Em Sergipe

06/12/2024 às 18:41:19 - Atualizado há

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, refletindo um mercado ainda desconfiado sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, enquanto a queda do minério de ferro e do petróleo no exterior pressionaram as blue chips Vale e Petrobras.

Dados do mercado de trabalho norte-americano e o anúncio de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul também ocuparam as atenções de investidores da B3, mas a cautela com o cenário fiscal prevaleceu, tendo no radar ainda decisão de política monetária do Banco Central na próxima semana.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,5%, a 125.945,67 pontos, tendo marcado 127.871,08 pontos na máxima e 125.833,31 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou 23,4 bilhões de reais.

Na semana, com alta em dois pregões e queda em três, o Ibovespa conseguiu fechar no azul, com acréscimo de 0,22%.

De acordo com o gestor de renda variável César Mikail, da Western Asset, os dias mais positivos refletem compra por estrangeiros. “E toda vez que há esse movimento, o investidor local aproveita para zerar algumas posições”, explicou, destacando que essa classe segue bastante pessimista.

“A percepção é de que o atual governo não fará um ajuste fiscal”, afirmou, explicando que os preços dos ativos estão reagindo a esse sentimento. “O mercado é como um termômetro, e quando você está doente, com febre, não adianta culpar o termômetro, você pode quebrá-lo e continuará doente.”

A aprovação pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira de regime de urgência para a tramitação de duas propostas do pacote de corte de gastos do governo federal trouxe algum alívio, mas não eliminou as preocupações e incertezas sobre a capacidade do pacote de equilibrar as contas públicas.

“Há muita dúvida no mercado sobre o real efeito dessas medidas”, afirmou o gestor de renda variável Gustavo Harada, da Blackbird, “Nas próximas semanas, (investidores) ficarão bastante atentos a como isso está avançando.”

Nos EUA, o Departamento de Trabalho divulgou nesta sexta-feira que foram criadas 227.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, um pouco acima do esperado (de 200.000 postos), e a média de ganhos por hora aumentou 0,4%, mas a taxa de desemprego subiu para 4,2%, de 4,1% em outubro.

“Os números do relatório de emprego de novembro mostram que o mercado de trabalho nos EUA permanece robusto e confirmam o cenário de pouso suave”, avaliou o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori.

Ele acrescentou que, após os dados, ampliou-se o consenso em torno da expectativa de que Federal Reserve faça mais um corte de 0,25 ponto percentual nos juros em sua última reunião do ano, deixando eventuais mudanças de rota para 2025 após as medidas de política econômica do novo governo de Trump serem conhecidas.

DESTAQUES

– BANCO DO BRASIL ON perdeu 2,94%, tendo ainda como pano de fundo relatório do Citi no qual os analistas cortaram a recomendação das ações do banco de controle estatal para “neutra” e reduziram o preço-alvo de 34 reais para 25 reais. ITAÚ UNIBANCO caiu 2,04%, BRADESCO PN cedeu 2,3% e SANTANDER BRASIL UNIT recuou 1,05%.

– VALE ON recuou 1,71%, acompanhando a fraqueza dos preços futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações em baixa de 0,93%, a 797,5 iuanes (109,90 dólares) a tonelada, representando uma queda semanal de 0,5%.

– PETROBRAS PN cedeu 1,54%, também seguindo o movimento dos preços do petróleo no mercado externo, onde o barril de Brent fechou negociado em baixa de 1,35%.

– CVC BRASIL ON desabou 11,59%, mesmo após o tombo de quase 9% da véspera, enquanto, no setor relacionado a viagens, AZUL PN recuou 7,22% e GOL PN, que não faz parte do Ibovespa, cedeu 7,35%.

– B3 ON avançou 1,53%, com o Goldman Sachs elevando a recomendação dos papéis para compra, com preço-alvo de 12 reais. “Embora a ação possa não ter um catalisador positivo no curto prazo, em um ambiente de aumento de juros, achamos que a maioria dos riscos de baixa estão precificados”, afirmaram em relatório a clientes.

– CAIXA SEGURIDADE ON valorizou-se 0,92%, endossada por relatório de analistas do Itaú BBA reiterando recomendação “outperform”, com preço-alvo de 17 reais, citando entre os argumentos lucros visíveis e exposição positiva a taxas de juros mais altas.

– MAGAZINE LUIZA ON recuou 7,07%, pressionada pelo movimento de alta na curva futura de juros local. No mesmo contexto, LOCALIZA ON perdeu 5,89% e COGNA ON cedeu 6,25%.

– MRV&CO ON perdeu 0,2%, distante da máxima quando saltou 13,5%, em meio ao anúncio na quinta-feira de uma nova estratégia para a Resia, sua subsidiária nos EUA, visando simplificar suas operações, estrutura organizacional e financeira, além de acelerar a desalavancagem do grupo.

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