A XP Inc. (BDR: XPBR31) registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no quarto trimestre do ano passado, cifra 16% maior do que a registrada 12 meses antes. No acumulado de 2024, o lucro líquido foi de R$ 4,544 bilhões, com crescimento de 17%. Os números são recordes, segundo a companhia, e foram alcançados mesmo “em um ano de muita volatilidade no cenário macro”, conforme diz a mensagem da administração.
O lucro antes das taxas (EBT, na sigla em inglês) do quarto trimestre foi de R$ 1,289 bilhão, com aumento de 30% em relação a um ano antes. A margem EBT avançou mais 4 pontos percentuais na mesma base de comparação, para 28,7%. No ano fechado, o EBT da XP foi de R$ 4,974 bilhões, com alta de 26% e margem de 29,1%.
O retorno sobre patrimônio líquido ajustado (ROAE, na sigla em inglês) e calculado de acordo com os padrões contábeis dos Estados Unidos – visto que a companhia é listada em Nova York – foi de 23,4%, com crescimento anual de 2,3 pontos percentuais.
O índice de eficiência, percentual das despesas em relação a receita, chegou a 34,7% no último trimestre de 2024, alcançando sua melhor marca, de acordo com a XP. As despesas gerais e administrativas da XP encerraram o período em R$ 1,577 bilhão, com ligeira alta de 2% em relação a um ano atrás.
Receita também bateu recorde
A receita bruta da XP avançou 10% no quarto trimestre ano a ano, para R$ 4,7 bilhões. No ano fechado, o montante superou os R$ 18 bilhões, um aumento de 15% em relação a 2023.
A XP observa que os resultados estão em linha com as metas a serem alcançadas até 2026. A instituição financeira prevê chegar a uma receita bruta entre R$ 22,8 bilhões e R$ 26,8 bilhões no período. Isso representa um crescimento de pelo menos 26,7% em relação à receita obtida no ano fechado de 2024.
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Na mensagem das lideranças, que acompanha os resultados, o CEO Thiago Maffra destacou “a força anticíclica” do modelo de negócios e diz que a companhia está “confiante na entrega do guidance de 2026”.
A força da renda fixa e das novas verticais
Em um cenário de juros altos, a receita de negócios com renda fixa avançou 43% nos três últimos meses do ano passado, chegando a R$ 985 milhões, na esteira do lançamento de novos produtos. Essa foi uma das principais contribuições para o crescimento de R$ 13% na vertical de varejo, que somou R$ 3,569 bilhões em receitas no quarto trimestre.
A receita de grandes empresas e mercado de capitais ficou em R$ 599 milhões nos três últimos meses do ano passado, com um aumento anual de 18%. A XP diz que se mantém bem posicionada para se beneficiar da atividade do mercado de crédito (DCM) no Brasil.
A receita de renda variável, por sua vez, recuou 15% na mesma base de comparação, para R$ 1 bilhão.
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Todos os produtos na parte de novas verticais tiveram crescimento de receita no período e continuam ganhando escala, devendo contribuir com as margens da XP no curto e médio e prazo. Os planos de previdência avançaram 10%, para R$ 103 milhões, enquanto cartões atingiram faturamento de R$ 333 milhões (alta de 9%) e crédito quase dobrou de tamanho, com alta de 79% e receita de R$ 81 milhões. Seguros movimentaram R$ 58 milhões, com crescimento de 27%.
Proventos e ativos sob gestão
No ano passado, a XP distribuiu 74% do lucro líquido no ano através de dividendos e recompras de ações. Em novembro último, a companhia iniciou um programa que pode recomprar até R$ 1 bilhão de ações ordinárias em circulação no mercado aberto e se encerra em 20 de novembro de 2025.
A XP encerrou 2024 com R$ 1,2 trilhão de ativos sob gestão, crescimento de 9% em relação ao ano anterior, e uma rede de 18 mil assessores de investimento. As captações líquidas somaram R$ 25 bilhões no quarto trimestre, com alta de 37% em bases anuais. No ano cheio, somou R$ 103 bilhões, cifra 2% menor que a de 2023.
Para 2025, a XP afirma esperar crescimento do patrimônio gerido e ampliação em segmentos estratégicos, como o mercado de crédito.
SIte da InfoMoney