SÃO PAULO (Reuters) – A CPFL (CPFE3) enxerga um avanço para o setor de distribuição de energia elétrica com a recente aprovação do termo para prorrogação das concessões, ao passo que para o segmento de renováveis a percepção é de uma piora do ambiente de negócios com o agravamento dos cortes de geração, disse à Reuters o CEO da companhia.
SÃO PAULO (Reuters) – A CPFL (CPFE3) enxerga um avanço para o setor de distribuição de energia elétrica com a recente aprovação do termo para prorrogação das concessões, ao passo que para o segmento de renováveis a percepção é de uma piora do ambiente de negócios com o agravamento dos cortes de geração, disse à Reuters o CEO da companhia.
A elétrica controlada pela chinesa State Grid anunciou nesta quarta-feira um lucro líquido de R$ 1,57 bilhão de reais no quarto trimestre, 18,7% maior na comparação anual. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 5,3% na base anual, para R$3,28 bilhões.
No consolidado de 2024, o lucro da CPFL avançou 4,1%, alcançando R$ 5,76 bilhões, com o Ebitda crescendo a uma taxa de 2,4%, para R$ 13,13 bilhões.
Leia mais:
Na abertura por segmentos de negócio, a distribuição de energia mostrou desempenho negativo no fechamento do ano, impactada por um IGP menor reconhecido nas tarifas ante 2023 e por efeitos não recorrentes. Já na geração, itens meramente contábeis, como reversão de valores que haviam passado por contenções, ajudaram a impulsionar os resultados.
Para 2025, o CEO da CPFL, Gustavo Estrella, vê um cenário positivo para o setor de distribuição, beneficiado pelo aumento do consumo de energia devido às altas temperaturas, enquanto aposta em mais um ano difícil para os projetos renováveis, com novas perdas financeiras devido aos cortes de produção.
No consolidado de suas quatro concessionárias, a CPFL registrou crescimentos da ordem de 6% da carga em segmentos da baixa tensão em 2024, como residencial e comercial. Mas nos últimos meses do ano a trajetória foi de estabilidade ou ligeira queda nessas classes, dada a base de comparação alta de 2023, quando o país também registrava temperaturas mais elevadas.
Leia também A companhia divulgou seus resultados na noite desta quarta-feira, 26 Expectativas de receita superam estimativas de analistas, indicando resiliência em meio a preocupações sobre gastos com tecnologia de IABRF (BRFS3) lucra R$ 868 mi no 4T24 e R$ 3,7 bi em 2024, “melhor ano de sua história”
Nvidia apresenta previsão otimista em sinal de que a expansão da IA está forte
“A gente vê aqui nesse comecinho de ano, janeiro, um cenário parecido. A gente também continua tendo um bom desempenho de mercado, mas na comparação já não são números tão grandes em função da temperatura, que continua elevada”, disse Estrella.
Ele também ressaltou o esforço da companhia para reduzir a inadimplência dos consumidores nas contas de luz, principalmente entre aqueles de baixa renda, por meio da ampliação do volume de cortes de energia.
“A gente saiu de uma média de 500 mil cortes (por inadimplência) por trimestre ao longo do ano passado, batemos 725 mil cortes no quarto trimestre. Isso aqui já trouxe um reflexo positivo”.
Sobre a renovação das concessões de distribuição, o executivo comemorou a aprovação pela agência reguladora Aneel do termo aditivo do contrato, um passo que “resgata a visão de longo prazo para o setor de distribuição”, permitindo prosseguir com planos de investimentos bilionários para os próximos anos.
A CPFL buscará a renovação de três concessões, sendo duas que expiram no fim de 2027 (RGE e CPFL Paulista) e uma em 2028 (CPFL Piratininga).
“A perspectiva é que sim, a gente deve seguir, o governo vai definir uma janela de assinatura para agora⦠Obviamente a nossa intenção é pela renovação”.
Segundo Estrella, o tema entrará agora em uma segunda fase, no âmbito regulatório, para detalhar as “macro avenidas” do novo contrato. Entre os pontos importantes para debate, ele citou a possibilidade de que os investimentos feitos pelas distribuidoras possam ser reconhecidos na tarifa de forma anual, e não apenas nas revisões realizadas a cada 4 ou 5 anos.
A CPFL prevê investir R$29,8 bilhões nos próximos cinco anos, concentrados principalmente na distribuição de energia. Um de seus novos projetos envolve a troca de 1,6 milhão de medidores convencionais por medidores inteligentes para consumidores de baixa tensão da CPFL Paulista, CPFL Piratininga e CPFL Santa Cruz até 2029.
CORTES DE GERAÇÃO RENOVÁVEL
Já na geração de energia, a CPFL teve novo prejuízo com as interrupções da produção de suas usinas impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), um problema que se tornou “urgente” para o setor e que demanda uma solução de “curtíssimo prazo”, afirmou o CEO.
“Tenho cortes na faixa de 20% (da geração) nos nossos projetos. No ano o impacto negativo foi de R$272 milhões e, no quarto trimestre, R$88 milhões”.
A avaliação é de que a situação deve se manter neste ano, com mais um ano de cortes elevados, o que traz riscos de solvência principalmente para empresas de menor porte que atuam no segmento, acrescentou.
© 2025 2025 - EmSergipe - Todos os direitos reservados
WhatsApp: 79 99864-4575 - e-mail: [email protected]