Interromper envio de armas para Israel pode prejudicar objetivos militares, diz embaixador de Israel na ONU

A suspensão dos envios de armas dos EUA pode "prejudicar significativamente" a capacidade de Israel de "alcançar objetivos militares", disse nesta quinta-feira (9) o embaixador israelense na ONU.

Gilad Erdan estava respondendo à declaração do presidente Joe Biden na quarta-feira (8) de que suspenderia alguns envios de armas dos EUA para Israel se o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenasse uma grande invasão da cidade de Rafah, em Gaza.

Erdan disse à emissora pública israelense Kan 11 que a decisão de Biden "pode estar impedindo Israel ou pelo menos prejudicando significativamente a capacidade de Israel de alcançar um dos principais objetivos desta guerra, que é a derrubada do governo do Hamas".

“Não acredito que tenha havido más intenções por trás disto, mas é claro que qualquer limitação em Israel, vinda dos seus aliados, é interpretada pelos seus inimigos como algo que lhes dá esperança de sucesso nas suas ações. Pode encorajar os inimigos do estado de Israel e da nação israelense”, disse Erdan.

Biden reconheceu na quarta-feira que armas americanas foram usadas para matar civis em Gaza – um reconhecimento total do papel dos EUA na guerra.

"Civis foram mortos em Gaza como consequência dessas bombas e de outras formas como atacam os centros populacionais", disse Biden a Erin Burnett da CNN numa entrevista exclusiva, referindo-se às bombas de 2.000 libras que Biden interrompeu os envios na semana passada.

O secretário da Defesa, Lloyd Austin, disse na quarta-feira que os EUA estão suspendendo o envio de “munições de alta carga útil” devido às possíveis operações de Israel em Rafah sem um plano para os civis de lá.