O Hamas disse nesta sexta-feira (10) que as negociações por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza voltaram à estaca zero, após Israel efetivamente rejeitar uma proposta dos mediadores internacionais.
O Hamas disse nesta sexta-feira (10) que as negociações por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza voltaram à estaca zero, após Israel efetivamente rejeitar uma proposta dos mediadores internacionais.
O grupo armado afirmou em comunicado que realizará consultas com facções palestinas para revisar sua estratégia em negociações para o cessar-fogo.
A ONU havia alertado horas antes que o envio de auxílio humanitário para Gaza poderia acabar sendo interrompido nos próximos alguns dias, após Israel tomar o controle do lado palestino da passagem de Rafah nesta semana.
Essa é uma rota vital para a passagem de suprimentos para o território palestino.
Apesar de firme pressão dos Estados Unidos, Israel disse que seguirá em frente com um ataque na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de pessoas desalojadas buscaram refúgio e, segundo as forças israelenses, integrantes do Hamas estão se escondendo.
Tanques israelenses tomaram a principal avenida que divide as partes leste e oeste de Rafah nesta sexta-feira, efetivamente cercando a parte leste da cidade.
Negociações de cessar-fogo no Cairo, capital do Egito, foram interrompidas na quinta-feira (9) sem um acordo para paralisar os combates e soltar os reféns.
O Hamas afirmou que havia concordado no começo da semana com uma proposta enviada pelos mediadores de Catar e Egito e que o texto teria sido aceito por Israel anteriormente.
Israel disse, por sua vez, que a proposta do Hamas contém elementos que não pode aceitar.
"A rejeição de Israel da proposta dos mediadores através de emendas que propôs fez as coisas voltarem à estaca zero", afirmou o Hamas no comunicado desta sexta-feira.
"Diante do comportamento de Netanyahu, a rejeição do documento dos mediadores, o ataque contra Rafah e a ocupação da passagem, a liderança do movimento realizará consultas com líderes irmãos das facções palestinas para revisar nossa estratégia de negociação", adicionaram.
Moradores descreveram explosões e tiros quase constantes no leste e nordeste de Rafah nesta sexta-feira, com intensos combates entre forças israelenses e militantes do Hamas e da Jihad Islâmica.
Israel ordenou que civis deixem a região leste de Rafah, forçando dezenas de milhares de pessoas a buscarem abrigo no lado de fora da cidade, que era o último refúgio para mais de 1 milhão de pessoas que fugiram de outras partes do território palestino durante a guerra.
O governo de Israel diz que não pode vencer a guerra sem atacar Rafah para eliminar milhares de combatentes do Hamas que acredita estarem abrigados na área. O Hamas, por sua vez, diz que lutará para defender a cidade.
Segundo autoridades de saúde em Gaza, comandadas pelo Hamas, os ataques israelenses mataram quase 35 mil pessoas. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas em Israel e 253 foram levadas como reféns no ataque do Hamas em 7 de outubro, segundo contagens israelenses.
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