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Cannes 2024: Meryl Streep recebe Palma de Ouro honorária na abertura

Cannes (França) — Antes da abertura oficial do Festival de Cannes na noite desta terça-feira (14/5), a mostra Cannes Classics exibiu a primeira parte da versão integral do épico mudo Napoleão (1927), dirigido por Abel Gance, com a duração de 3 horas e 47 minutos.

Por Em Sergipe

14/05/2024 às 22:01:29 - Atualizado há

Cannes (França) — Antes da abertura oficial do Festival de Cannes na noite desta terça-feira (14/5), a mostra Cannes Classics exibiu a primeira parte da versão integral do épico mudo Napoleão (1927), dirigido por Abel Gance, com a duração de 3 horas e 47 minutos. Considerando as duas partes, a obra totaliza uma duração integral de 7 horas e meia.

Este é o resultado do trabalho de pesquisa e restauração empreendido pela Cinemateca Francesa, pela equipe liderada por Georges Mounier, em um trabalho que durou 16 anos aproximadamente e custou mais de 2 milhões de euros. Cerca de 100 quilômetros de filmes foram encontrados nos quatro cantos do mundo e, a partir das anotações trocadas por Abel e pelo montador do filme, Georges e sua equipe puderam reconstruir, da forma mais fiel que fosse possível, este clássico.

A versão definitiva de Napoleão será exibida na íntegra, com a participação da orquestra ao vivo, nos dias 4 e 5/7 em Paris. Depois desta data, será lançado nos cinemas franceses. Só resta cruzar os dedos e aguardar que o público brasileiro assista a esta versão nos cinemas ou, ao menos, em um sistema de streaming.

Os membros do júri, Ebru Ceylan, Nadine Labaki, presidente do júri, Greta Gerwig, Eva Green e Lily Gladstone participam da chamada fotográfica do júri no 77º Festival Anual de Cinema de Cannes
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Coletiva de Imprensa do Júri Oficial do Festival de Cannes

Na tarde desta terça-feira (14/5), a sala de coletiva de imprensa recebeu os membros do júri do Festival de Cannes deste ano, a atriz, diretora e roteirista Greta Gerwig (de Barbie), que tem a responsabilidade de ser a presidente do júri, o diretor espanhol Juan Antonio Bayona (de Sociedade da Neve), a atriz Eva Green, o diretor japonês Hirokazu Kore-eda (de Monster), a diretora e roteirista turca Ebru Ceylan (de Ervas Secas), a atriz Lily Gladstone (de Assassinos da Lua das Flores), o ator Omar Sy (de Lupin), a diretora franco-libanesa Nadine Labaki (de Cafarnaum) e o ator italiano Pierfrancesco Favino (de Comandante).

"É bem mais do que um sonho realizado, é um sonho que eu nem imaginava ter", explicou Greta, do jeito característico de quem está verdadeiramente sem palavras, acerca de sua tarefa na condução dos trabalhos do júri. Durante a coletiva, Greta ainda comentou sobre o movimento #MeToo: "Acho que as pessoas na comunidade cinematográfica que estão contando histórias e tentando mudar o ambiente para melhor só pode ser algo bom. Tenho visto mudanças substantivas na comunidade cinematográfica americana, e acho importante que continuemos a expandir essa conversa. Então, acho que está apenas movendo tudo na direção correta. Mantenha essas linhas de comunicação abertas".

A jornalista Chaz Ebert ecoou o lamento de Thierry Frémaux, diretor do Festival de Cannes, de que se falava mais sobre as polêmicas ao redor do evento do que sobre o cinema. Daí, e recordando do estado do mundo contemporâneo, questionou ao júri de uma forma geral se "não seria justo considerar as controvérsias do mundo no julgamento do vencedor da Palma de Ouro".

Greta, ditando o que pode ser a dinâmica do júri, respondeu-lhe: "(…) a coisa maravilhosa do cinema é que é uma forma de arte lenta. Muitas vezes pode levar anos para um filme, desde o início até quando é exibido. Nesse espaço, artistas de todo o mundo conseguem dizer algo extremamente específico e pessoal, a partir de seus pontos de vista. Acho que o próprio ato de assistir e se envolver com o cinema de maneira séria insere-se na discussão das controvérsias. Acho que se você está realmente se envolvendo com isso, você está se envolvendo com tudo, e você está se envolvendo com uma versão ponderada desenvolvida ao longo do tempo. Por isso, penso que é importante considerar [as controvérsias]. E a própria natureza de Cannes considera-as".

Foto colorida de Meryl Streep recebendo a Palma de Ouro Honorária no festival de Cannes
Abertura do Festival de Cannes 2024

Cerimônia de abertura

A atriz e comediante francesa Camille Cottin apresentou a cerimônia de abertura do Festival de Cannes a partir de um monólogo introdutório com toques musicais e cômicos, para então apresentar os 9 membros do júri oficial. Na recepção de Greta, só a segunda diretora que assumiu a presidência após a neozelandesa Jane Campion, o Festival apresentou um clipe com os seus trabalhos na atuação (Frances Ha e Mistress America) e direção (Lady Bird, Adoráveis Mulheres e Barbie).

O momento mais aguardado, porém, foi quando Juliette Binoche entregou a Palma de Ouro honorária à Meryl Streep. Visivelmente emocionada, suas mãos tremiam, e lendo o texto em folhas de papel, Juliette agradeceu Meryl pela visibilidade dada às mulheres durante o meio século de carreira no teatro e na televisão.

Meryl, cuja presença irradia carisma, ponderou sobre a passagem do tempo a partir do clipe com a apresentação de seus principais trabalhos, que comparou com "olhar pela janela de um trem-bala, ver minha juventude voar para minha meia-idade, até onde estou neste palco esta noite".

O Segundo Ato e a comédia de uma piada só de Quentin Dupieux

Ao final da cerimônia, a apresentação do filme de abertura do Festival, uma comédia que discute a própria natureza do cinema, Le Deuxième Acte, de Quentin Dupieux. Nos créditos, a comédia arrancou risos quando exibiu, ainda que de maneira breve, o logotipo da Netflix. A piada é que Cannes e a gigante do streaming não têm um relacionamento sadio, digamos assim, e a piscadela do "N" da Netflix não passou despercebido ao público presente.

Que gargalhou em alguns momentos, não o suficiente para contagiar os espectadores. Le Deuxième Acte é uma comédia de uma piada somente, revelada durante a longuíssima conversa entre os personagens de Louis Garrel e Raphaël Quenard e que termina com uma quebra da quarta parede que sugere o caráter elusivo da narrativa. A realidade não é real, e isto significa o quê para a ficção? O conceito de que a imagem do cinema materialmente considerada não é real, por ser apenas um recorte do real, é um ponto com que concordo e que Quentin desenvolve por 85 minutos que duram uma eternidade por ter insistido em uma mesma ideia.

Não curti.

Fonte: Metrópoles
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