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JBS vê cenário operacional positivo e queda da alavancagem em 2024

Ponto fora da curva em um primeiro trimestre de melhora de resultados em praticamente todas as divisões da JBS, os negócios da empresa com bovinos nos Estados Unidos continuam complicados, e a tendência deverá se manter nos próximos meses.

Por Em Sergipe

15/05/2024 às 13:08:33 - Atualizado há

Ponto fora da curva em um primeiro trimestre de melhora de resultados em praticamente todas as divisões da JBS, os negócios da empresa com bovinos nos Estados Unidos continuam complicados, e a tendência deverá se manter nos próximos meses. Mas os avanços observados em aves e suínos nos EUA e no Brasil deverão ganhar tração, com reflexos positivos em margens e na curva de redução da alavancagem da empresa.

Com a demanda por carnes de frango e suína aquecida e redução de custos, as divisões Seara, JBS USA Pork e Pilgrim's registraram fortes incrementos em seus lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustados de janeiro a março ante o mesmo período de 2023 – 711,1%, 569,8% e 77,7%, respectivamente. E o cenário positivo que elevou a rentabilidade nas operações com essas proteínas perdura, nos EUA e no Brasil – inclusive com uma nítida migração dos consumidores americanos da carne bovina para as alternativas mais baratas.

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"Nossa visão para o frango é positiva. A procura cresceu, nos EUA e em outros mercados. A demanda global está firme, e a oferta está bastante equilibrada", afirmou Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, em teleconferência com analistas na manhã desta quarta-feira. Em parte, observou, a oferta mais "equilibrada" de frango neste momento decorre de um processo de adoção de novas genéticas por parte dos criadores, que está em curso e exige um certo aprendizado antes de a oferta deslanchar. O mesmo raciocínio vale para a carne suína.

No caso da carne bovina, a JBS vive situações bastante diferentes nos EUA e em Brasil e Austrália. Por aqui, o ciclo da pecuária favorece os frigoríficos e os resultados estão aparecendo na divisão JBS Brasil, cujo Ebitda ajustado cresceu 116,9% no primeiro trimestre. Na Austrália a perspectiva é de avanços, mas no mercado americano a oferta de bois continua baixa e os sinais de virada do ciclo são tímidos. Wesley Filho, presidente global de operações da empresa, disse que, diante da sazonalidade natural do mercado, este segundo trimestre está ainda mais desafiador nos EUA, e que o cenário poderá piorar antes de melhorar. De janeiro a março, o Ebitda ajustado da JBS Beef North America foi negativo em R$ 48,6 milhões.

Wesley Filho, presidente global de operações da JBS (foto: Divulgação)

Como realçaram os executivos da companhia, a força da JBS vem de sua diversificação geográfica e de proteínas, e os resultados operacionais registrados deverão colaborar para uma redução mais expressiva que o previsto na alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da empresa. A expectativa inicial era que a alavancagem chegasse ao fim deste ano em 3 vezes, mas a tendência, agora, é que o indicador feche 2024 próximo a 2,5 vezes, abrindo mais espaço para o pagamento de dividendos e para investimentos.

Maior empresa de proteínas animais do mundo, a JBS encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido consolidado de R$ 1,646 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 1,453 bilhão registrado em igual período de 2023. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 197,3%, para R$ 6,429 bilhões, e a receita líquida consolidada aumentou 2,8%, para R$ 89,147 bilhões. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da companhia em reais subiu de 3,13 vezes para 3,7 vezes. O mercado recebeu bem os resultados, e as ações da companhia sobem quase 7,5% no pregão de hoje na B3.

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