Um avanço recente permitiu que a Rússia abrisse uma vantagem a apenas 20 km de Pokrovsk, um importante centro logístico e ainda lar de cerca de 60 mil pessoas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira (1º) que Pokrovsk era agora o principal alvo da Rússia.
Moscou reivindicou o controle de quatro vilas a leste de Pokrovsk na última semana. A Ucrânia não comentou sobre essas alegações.
Os soldados russos chegaram aos limites de Toretsk, onde o governador regional disse, há uma semana, que restavam apenas 3.500 pessoas, pouco mais de 10% da população anterior à guerra. Desde então, mais pessoas foram retiradas pelas autoridades e organizações humanitárias.
“As áreas (nos arredores) onde eles entraram foram totalmente arrasadas”, lembrou Volodymyr Arkhipov, que fugiu com seu sobrinho da cidade de Rubizhne, no leste do país, em abril de 2022, pouco antes de ser capturada pelos russos.
Sentado em um vagão de trem de terceira classe, prestes a deixar a estação ferroviária de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, Volodymyr Arkhipov refletiu sobre os avanços russos que o forçaram a fugir de sua segunda casa em dois anos.
“Retirei um cadáver do local onde (os russos) nos bombardearam, uma mulher de 37 anos… quando a desenterramos, ela havia sufocado”, disse à Reuters o homem de 57 anos, descrevendo seus últimos dias na cidade de Toretsk, antes de deixar o local.
O pesado trem da era soviética entrou em movimento, levando ele e seu tio de 84 anos, Mykola Arkhipov, em direção ao oeste da Ucrânia a partir de Pokrovsk, onde passaram a noite depois de chegarem de ônibus da cidade de Toretsk.
Os dois homens fazem parte de uma onda de pessoas que fogem dos avanços russos em várias frentes na região de Donetsk, no leste, à medida que Moscou ataca lentamente as defesas ucranianas, antes sólidas.
Pressionando suas vantagens em termos de pessoal e armas, as forças russas abriram caminho em direção às principais cidades e rotas de abastecimento em busca de seu objetivo de controle total de Donbas, região industrializada e rica em minerais da Ucrânia.
CNN Brasil