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Dólar a R$ 5,80: onde investir (e de onde fugir) para proteger a carteira?

O dólar fechou no maior patamar desde dezembro de 2021 ontem (1º) e ainda encostou nos R$ 5,80 nesta sexta-feira (2).

Por Em Sergipe

02/08/2024 às 12:33:14 - Atualizado há

O dólar fechou no maior patamar desde dezembro de 2021 ontem (1º) e ainda encostou nos R$ 5,80 nesta sexta-feira (2). Os investidores mostram preocupação com dados fracos de emprego nos Estados Unidos. O país criou menos vagas de trabalho do que o esperado em julho e o emprego subiu para 4,3%, enquanto o mercado projetava taxa de 4,1%. 

O momento é de preocupação, especialmente para os investidores que ainda não têm parte da carteira dedicada à proteção contra a disparada da moeda americana. Especialistas garantem que é possível ganhar com a escalada da divisa e ainda blindar o portfólio. A estratégia, segundo eles, passa por investir em títulos dolarizados direta ou indiretamente e diminuir exposição naqueles com dívidas atreladas ao dólar.

"Qualquer investimento em moeda estrangeira se beneficia nestes momentos. É uma relação contábil, com a depreciação do real os ativos no exterior passam a valer mais na moeda nacional", disse Evandro Buccini, sócio e diretor de crédito e multimercados da Rio Bravo Investimentos.

Mercado de ações

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que investidores de empresas exportadoras se beneficiam com a valorização do dólar. "Uma empresa brasileira que exporta produtos vai ver sua receita aumentar em termos de reais quando o dólar se valoriza, pois já vende seus produtos em dólares, mas paga seus custos em reais", falou.

Um exemplo é a exportadora de minério Vale (VALE3), que já têm receita influenciada pelo dólar, pois a maior parte dos seus produtos são vendidos no mercado internacional na moeda americana. As ações da mineradora estão entre as mais recomendadas por corretoras para investir em agosto. Outro caso é a Suzano (SUZB3), que exporta celulose.

Por outro lado, falou Lima, as grandes prejudicadas tendem a ser as companhias que precisam de insumos importados ou têm dívidas atreladas à moeda fiduciária dos EUA. "Um exemplo é a Gol Linhas Aéreas (GOLL4), que tem grande parte de seus custos atrelados ao dólar, como combustível de aviação e leasing de aeronaves".

Commodities

As commodities, como ouro e petróleo, são geralmente cotadas em dólares no mercado internacional. Quando o dólar se valoriza em relação a outras moedas, o preço delas na moeda americana tende a subir. Com isso, essa classe de ativos tende a se tornar mais atraente em períodos de escalada da moeda, chamando atenção de investidores em busca de segurança.

Fundos no exterior

Fundos de investimentos, fundos cambiais e ETFs (fundos de índice) com ativos no exterior também são alternativas. "Hoje é muito fácil investir em fundos que investem a maior parte de ativos no exterior, em diversas classes de ativos e geografias. Também há plataformas que facilitam o investimento direto em fundos e ativos no exterior", falou Buccini.

Derivativos

Contratos futuros e derivativos se beneficiam com a alta do dólar no Brasil por fornecerem mecanismos de proteção, especulação e ajuste de portfólio, além de aumentarem a atividade e liquidez no mercado financeiro. "São ferramentas que podem ser usadas tanto para especular quanto para proteger posições em relação à alta do dólar", disse Lima.

Diversificação

Os especialistas explicam que a alta da moeda mostra que a exposição ao dólar é importante para reduzir o risco de concentração e proteger contra a desvalorização do real em momentos de instabilidades econômicas locais. "Exposição ao dólar oferece oportunidades de investimento em mercados e ativos globalmente diversificados, que podem não estar disponíveis no Brasil", disse Lima.

Buccini, da Rio Bravo Investimentos, falou que a diversificação internacional é fundamental. No entanto, disse, a estratégia vai muito além do câmbio. "O câmbio é um aliado em aumentar a descorrelação na maior parte dos ativos, mas o objetivo maior é a exposição a outras geografias. No longo prazo, o câmbio não costuma ter contribuições muito significativas para os retornos".

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