No começo de agosto deste ano, a cantora sul-coreana Heekyung Na, viajou cerca de 35 horas para chegar em solo brasilerio, onde embarcou em uma turnê de 20 dias por capitais do país.
No começo de agosto deste ano, a cantora sul-coreana Heekyung Na, viajou cerca de 35 horas para chegar em solo brasilerio, onde embarcou em uma turnê de 20 dias por capitais do país. Com cerca de duas décadas de carreira, a artista vem conquistando um espaço especial na indústria musical, tanto do Brasil como da Coreia do Sul. Estrela do k-pop? Negativo. Ela canta Bossa Nova, em português, ao melhor estilo de João Gilberto.
Na Coreia do Sul, ela é conhecida como "embaixadora da música brasileira" e aponta a crescente busca de jovens de lá pela cultura daqui. Isso é visto, principalmente, nas aulas de um curso especializado em ritmos do Brasil, que ocorre em Seul.
"Eu acredito em estabelecer condições para encontros culturais e pessoais. Com a expansão da cultura da Coreia do Sul no âmbito internacional, há o contato com artistas de outras nacionalidades, como brasileiros, deixando uma impressão mais forte sobre a cultura brasileira", pontua Heekyung Na, em entrevista ao Metrópoles.
Além de Aline cantar em português, outros exemplos desta troca são os artistas de k-pop usando a blusa da seleção brasileira e de times do Brasileirão, além de artistas asiáticos provando comidas típicas do Brasil. E até a participação de personagens brasileiros em animes, como a Ana em Na-nare Hana-nare, e doramas. Em Doona! há uma briga em português entre uma sul-coreana com o ex-namorado, Santos.
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Os jovens brasileiros vêm consumindo, cada vezmais, produções culturais asiáticas, impulsionando esses artistas a se aproximarem da cultura brasileira para atrair este público, como explica a Aline Gomes Santana, Mestre em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
A convergência cultural cria novas oportunidades de interação e, até mesmo, negócios, abrindo portas para novas dinâmicas comerciais e diplomáticas entre o Brasil e o continente asiático. Governos internacionais, especialmente o sul-coreano, têm percebido o potencial desses intercâmbios e investindo neles.
“A principal motivação desses artísticas asiáticos é a busca por mais fama em âmbito mundial, tendo as redes sociais como principal ferramenta para propagação de suas ações visando o sucesso, com engajamento crescente, pelo aumento de fãs. Na corrida para atrair e manter fãs brasileiros, ídolos asiáticos têm buscado consumir elementos da cultura brasileira, publicizando essas práticas para deslumbrar o público e cativá-lo”, completa Aline.
O grupo sul-coreano Tell a Tale, por exemplo, ganhou destaque nas redes sociais ao fazer covers de clássicos do pagode brasileiro, como músicas de Raça Negra e Péricles. Com uma base de fãs brasileiros, os integrantes até participaram em programas como Caldeirão do Mion e The Noite com Danilo Gentili.
Também tem o grupo japonês Y-No, que chamou a atenção por cantar covers de pagode e samba brasileiros, quando surgiu, em 2007. Quase duas décadas depois, a banda continua viralizando nas redes sociais, sendo a mais recente durante as Olimpíadas de Paris, no começo de agosto.
Além da música, Aline comenta que há "um aumento na exportação de produtos culturais e materiais brasileiros para países asiáticos", o que gera um fortalecimento de laços diplomáticos e comerciais entre o Brasil e esses países. Como, por exemplo, Brazilian Day Japan – Gunma, que é um evento da cultura do Brasil no Japão,
"Essas interações são importantes não somente para contribuir com a difusão e valorização da cultural pelo mundo, o que favorecendo o negócios internacionais que tendem a contribuir para a economia do Brasil".
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