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Vivara: 4º tri marca semana para esquecer, ação cai e BBI dá último voto de confiança

Se o início da semana já foi bastante negativo para uma das queridinhas do setor de varejo e consumo, a Vivara (VIVA3), com a repercussão bastante ruim da chegada de um novo “antigo” CEO, o encerramento dela também não caminha para um movimento positivo.

Por Em Sergipe

21/03/2024 às 13:50:39 - Atualizado há
Alianças Vivara

Se o início da semana já foi bastante negativo para uma das queridinhas do setor de varejo e consumo, a Vivara (VIVA3), com a repercussão bastante ruim da chegada de um novo “antigo” CEO, o encerramento dela também não caminha para um movimento positivo.

Desta vez, os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), divulgados na noite da véspera, pesam negativamente para a empresa, sendo mais uma ameaça ao status da companhia de queridinha do varejo. Com isso, as ações chegaram a cair 9,19%, a R$ 24,30, logo no início da sessão desta quinta-feira.

Conforme destaca o Bradesco BBI, que destaca que a empresa teve uma “semana para se esquecer”, a Vivara reportou resultados do 4T23 mais fracos do que o esperado, com uma combinação inesperada de receita líquida aumentando 20,8% e lucro líquido caindo 8,6% no comparativo anual, justificado principalmente por margens suaves (margem Ebitda ajustada de 25,8%, contra 27,5% estimados pelo Bradesco BBI).

“O melhor resultado do trimestre – crescimento de vendas brutas de 24,0% – já havia sido reportado e não deve contrabalançar os aspectos negativos dos resultados do 4T23”, aponta o banco.

O BBI apontou esperar assim uma sessão negativa tendo em vista um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) 5% abaixo do esperado e um lucro 18% abaixo da estimativa.

Os principais fatores para esse resultado abaixo do esperado foram tanto o crédito presumido de ICMS (5% das vendas brutas contra 6,9% no 4T22), quanto os benefícios fiscais do lucro de exploração (R$ 18 milhões), devido aos menores níveis de produção (transição de planta fabril). “No final das contas, o crédito presumido impulsiona todas as métricas da empresa, pois flui totalmente da receita para o resultado final, enquanto o lucro da exploração reduz a alíquota do imposto de renda”, avalia.

Após incorporar os resultados do 4T23 e normalizar esses efeitos, a projeção do BBI de lucro líquido para 2024 foi reduzida em 4%, para R$ 430 milhões.

“Cinco dias após a polêmica mudança de CEO, a dinâmica do 4T23 não é um bom presságio para o sentimento dos investidores em relação à tese da Vivara. Neste ponto, estamos dando à empresa um voto adicional – provavelmente o último – de confiança de que (i) a maior parte do resultado abaixo do esperado do 4T23 está relacionada à mudança de produção para a nova instalação, que deve ser transitória e não transitar para 2024, e ( ii) o desempenho da empresa não será prejudicado pela estratégia da nova administração”, avaliam os analistas do banco.

Durante a teleconferência de resultados nesta quinta-feira, o diretor financeiro do grupo, Otavio Lyra, bateu na tecla que parte da pressão vista nas margens se deu por questões temporárias – como a já mencionada migração de fábrica, investimentos no Omnichannel e ajustes no balanço.

Desta perspectiva, preservar um retorno sobre o capital investido (ROIC) de 5 a 10 pontos percentuais (pp) acima dos pares e ter um caminho relativamente claro para o crescimento no curto e médio prazo deverá dar à Vivara um prêmio em relação aos pares, embora a ação esteja atualmente negociando com um múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) estimado para 2025 que representa um desconto de cerca de 10% em relação ao pares.

“Acompanhando de perto os desenvolvimentos futuros, mantemos nossa recomendação de compra com base nos fundamentos do negócio e níveis de avaliação”, reforça, mas cortando o preço-alvo de R$ 43 para R$ 35, apoiado por estimativas ligeiramente reduzidas (4% no lucro para 2024) e uma maior taxa de desconto (de 13% para 14%) devido a maior percepção de risco.

O Itaú BBA também ressaltou os resultados fracos no 4T23, com um desempenho sólido de receita (embora um pouco abaixo da estimativa), mas rentabilidade abaixo do esperado, enquanto o lucro líquido de R$ 144 milhões ficou 16,5% abaixo da sua projeção. “Os resultados do 4T23 foram fracos, mas as ações sofreram bastante nos últimos dias e o foco dos investidores agora está nos desenvolvimentos futuros da recente mudança de gestão. Dito isto, não descartamos uma reação negativa do mercado hoje”, apontou, em relatório antes da abertura do mercado.

Sobre a mudança de gestão, os executivos da Vivara tentaram apaziguar o mercado, mencionando que as prioridades da companhia continuarão as mesmas.

“Nós entendemos a ansiedade de fazer mudanças, de trazer melhorias e de desenvolver qualidades, assim como também entendemos os anseios que o mercado tem por maior visibilidade. Por isso, trago algumas mensagens. As características do nosso negócio não mudam. As principais avenidas continuam intactas. Em 2024, as aberturas de lojas continuam na casa de 70 a 80. Vai ser um ano de crescimento e de gano participação de mercado”, disse Lyra.

Fora isso, ele também mencionou que a companhia, nesse ano, deve começar a dar seus primeiros passos em busca de uma expansão internacional. "Não podemos deixar de seguir o caminho. Se não começarmos isso hoje, não conseguimos essa sustentação no tempo em que queremos", falou. "Entendemos ser o timing certo para os primeiros testes. Serão pilotos".

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