Mesmo com quedas recentes, ainda há espaço para que preços cheguem a patamares ainda menores, de acordo com analistas.
Mesmo com quedas recentes, ainda há espaço para que preços cheguem a patamares ainda menores, de acordo com analistas. Segundo análise do Morgan Stanley, uma combinação de pressão de compradores chineses, nova oferta chegando ao mercado e estoques de celulose ainda elevados pode garantir preços líquidos mais baixos na China.
O banco estrangeiro também destaca que estão presentes também sinais baixistas, com preços de revenda caindo cerca de US$ 72 a tonelada desde julho. A queda não deve acabar tão cedo, de acordo com a projeção. A expectativa é que os fatores sigam atuando nos preços até novembro de 2024, quando a commodity deve atingir seu fundo em US$ 530/tonelada. A recuperação dos preços apenas é prevista para março de 2025, depois do período tradicionalmente mais fraco na China por questões sazonais. Para o fim de 2025, a projeção é de US$ 610/tonelada.
A visão do Goldman Sachs é um pouco mais otimista e sustenta que é possível que a oferta aumente significativamente no 4º trimestre, pela nova capacidade de produção na América Latina e na China. A expectativa do banco é que o apetite de compra siga refletindo a melhoria sazonal, uma vez que há antecipação de compras antes do feriado da Semana Dourada, em outubro. No entanto, ainda assim, o Goldman projeta que a estratégia seja apenas de adquirir o mínimo necessário, uma vez que os preços não animam compras mais robustas para reabastecimento.
Outro ponto destacado pelo Goldman é que uma série de potenciais novas ofertas da commodity seguem sendo anunciadas. Mesmo que o cronograma para aplicação seja ainda incerto, com certeza, reflete a maior integração e a redução da dependência da celulose importada.
Para Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), os efeitos da queda de preços são opostos. O Morgan mantém a recomendação de overweight (peso superior, similar a compra) para a Klabin, considerando a menor exposição à celulose pura. A preferência do banco estrangeiro no setor é justamente pautada pela proporção da exposição à commodity. Quanto menor, maior o otimismo com o nome.
A Klabin apresenta aumento da produção das PM27 e PM28 (duas máquinas mais avançadas de produção de papel), projetos novos da companhia, que poderá resultar em mais lucratividade, somado a melhoria no mix e com iniciativas de gestão de custos. Por isso, o Morgan entende que há potencial de alta de 36% para a companhia, que tem preço alvo estabelecido em R$ 29 por ação para o segundo trimestre de 2025.
Já a Suzano, na outra ponta, se apresenta com exposição mais alta à celulose e, por isso, o desempenho das ações pode ser impactado. A companhia é classificada como equal-weight (peso equivalente, similar a neutro). Mesmo considerando volumes maiores da operação Cerrado e a forte geração de fluxo de caixa livre, a companhia ser impactada. “Além disso, acreditamos que o impacto das aquisições deve ofuscar os fundamentos da empresa, já que a internacionalização e a diversificação de segmentos continuam a fazer parte da estratégia da companhia”, considera o Morgan.
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