Altos funcionários do governo dos Estados Unidos ficaram “furiosos” na quinta-feira (26) depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou uma proposta de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, divulgada na noite de quarta-feira (25) por um grupo de nações lideradas pelos EUA.
Altos funcionários do governo dos Estados Unidos ficaram “furiosos” na quinta-feira (26) depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou uma proposta de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, divulgada na noite de quarta-feira (25) por um grupo de nações lideradas pelos EUA. O país exigiu que Israel fizesse uma declaração pública para remediar o constrangimento diplomático, disseram fontes à CNN.
Até quarta, autoridades americanas receberam todas as garantias de Ron Dermer – um dos confidentes mais próximos de Netanyahu – de que o primeiro-ministro estava de acordo com a sugestão de um cessar-fogo durante 21 dias na fronteira entre Israel e o Líbano. Fontes afirmaram que o próprio Dermer viu – e aprovou – o texto da proposta.
Mas poucas horas depois da Casa Branca anunciar a proposta, Netanyahu e o seu gabinete a rejeitaram, chamando a ideia de "incorreta", enquanto o primeiro-ministro prometeu continuar a ofensiva de Israel contra o Hezbollah.
Irritados, altos funcionários dos EUA – convencidos de que Netanyahu estava reagindo às respostas internas de membros de extrema-direita do seu governo – lutaram para obter respostas dos seus pares israelenses.
Quando o secretário de Estado Antony Blinken se reuniu com Dermer na cidade de Nova York na quinta, por exemplo, ele exigiu que os israelenses fizessem uma declaração pública, segundo um responsável. Isso, em parte, parece ter levado o gabinete do primeiro-ministro a divulgar um comunicado no mesmo dia, afirmando que as discussões sobre a proposta de cessar-fogo continuariam. A declaração não aceitou nem rejeitou explicitamente a proposta.
"Israel aprecia os esforços dos EUA porque o papel dos EUA é indispensável para promover a estabilidade e a segurança na região", destacou o comunicado.
Uma fonte familiarizada com a reunião de Blinken com Dermer à margem da Assembleia Geral da ONU a descreveu como “sincera”.
Antes de se encontrar com Blinken, Dermer também esteve com altos funcionários da Casa Branca, incluindo Brett McGurk e Amos Hochstein. Essas reuniões foram descritas por uma fonte como "francas". McGurk e Hochstein estavam entre os altos funcionários que acreditavam que, como Dermer estava envolvido no processo de elaboração da proposta de cessar-fogo, Netanyahu estava de acordo.
A embaixada israelense e a Casa Branca não responderam a um pedido de comentários.
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano nos últimos dias. Na segunda-feira (23), o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais. Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu após um ataque aéreo israelense. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.
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