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Festival de breaking celebra resistência, arte e hip-hop em Ceilândia

Desde que o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconheceu o breaking como esporte, o cenário da dança, que hoje é esporte, mudou para os praticantes.

Por Em Sergipe

28/09/2024 às 03:08:36 - Atualizado há

Desde que o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconheceu o breaking como esporte, o cenário da dança, que hoje é esporte, mudou para os praticantes. Hoje, B-boys e B-girls deixam as periferias e mostram seu talento nos maiores palcos do mundo. O mix de competição e cultura urbana estará em “casa”, no festival Quando as Ruas Chamam, em Ceilândia.

Samuel Henrique, o Samuka, levou o breaking do Distrito Federal, cidade administrativa do Distrito Federal, para o America’s Got Talent. Espalhado por diversas regiões administrativas, a prátiva encontrou em Ceilândia uma casa: natural, a maior cidade do “quadradinho” é um dos expoentes nacionais da cultura hip-hop.

“Ceilândia é um dos principais polos da cultura hip-hop no Brasil. Construímos aqui toda uma história com o breaking que vem de décadas. A região é conhecida por seu forte envolvimento com a dança de rua, tendo participantes que fazem sucesso em todo o mundo”, completou Alan Jhone, o B-boy Papel, que nasceu e foi criado na região administrativa.

Alan Jhone, o B-boy Papel
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Dança fundamental da cultura hip-hop, o breaking surgiu nos anos 70, no Bronx, em Nova York (EUA), como manifestação popular e alternativa aos jovens para não entrarem em gangues de rua. Por aqui, no DF, Ceilândia deu um ar brasiliense para a prática e se tornou um dos principais “caldeirões” da representação cultural.

Ser de Ceilândia e reconhecer a importância da minha cidade para a cultura do breaking me proporciona um sentimento especial.

Alan Jhone

Ceilândia como polo cultural

E para exaltar a região administrativa de Brasília como polo cultural do breaking dance, a oitava edição do Festival Nacional de Breaking Quando as Ruas Chamam recebe B-boys e B-girls de todo o Brasil.

O evento é um dos mais importantes festivais de dança de rua do Brasil, com uma premiação total de R$ 10 mil distribuída em nove modalidades diferentes: Crew Battle; 1 X 1 Battle; B-Girl Battle; Footwork Battle; Top Rock Battle; Power Move Battle, Cypher Kings e Queens; e a Especial Battle (para pessoas com deficiência).

“Quando as Ruas Chamam não é um ato apenas de celebração da dança, mas também de afirmação cultural e social. Ele destaca a importância da arte como ferramenta de superação e resiliência, permitindo que as pessoas se conectem e encontrem força em meio à adversidade”, afirma Jhones, fundador e idealizador do projeto.

“Eu me sinto honrado de ter participado de todas as edições, pois é um evento que além de você poder se expressar através da sua dança, é o evento mais completo de breaking que temos, pois envolve todas as modalidades (Top Rock, Footwork, e Power Movies), além de batalhas de inclusão como pessoas que tenham algum tipo de deficiência. É o momento de confraternização da cultura e resistência, pois esse festival mantém a real essência do breaking”, finaliza Luan, dançarino do grupo Floor Riders.

Imagem colorida do B-boy Luan segurando troféu e fazendo sinal de dois com a mão - Metrópoles
B-boy Luan

Breaking nos Jogos Olímpicos

Apesar da curta passagem pelas Olímpiadas de Paris – na próxima edição dos jogos, a modalidade não voltará –, o breaking marcou a competição. Muito disso ocorreu por conta da australiana Rachael "Raygun" Gunn. A apresentação da jovem gerou uma série de críticas e memes. Porém, Alan Jhone acredita que, para os integrantes da cultura hip-hop, o saldo é bastante positivo.

“A inclusão do breaking como modalidade de dança desportiva é um marco para os B-boys e B-girls. Este reconhecimento valida a luta por visibilidade dessa comunidade de dança rua que nasceu nas periferias e hoje está presente nos maiores palcos do mundo”, avalia o B-boy

 

“Breaking antes de ser esporte, é uma arte, e a arte é subjetiva. Você tem a liberdade de colocar o seu estilo dentro da dança. Na minha opinião, Rachael não foi tão bem quanto as outras B-girls, mas isso não justifica todos os ataques maldosos”, ponderou Luan.

Ele completa: “Se você observar, quem atacou a Raygun pela internet não foi a comunidade do breaking, e sim pessoas que não entendem o que é nem sabem dar uma ‘cambalhota'”.

Foto colorida de B-Girl Raygun - Metrópoles

Festival Nacional de Breaking Quando as Ruas Chamam 8ª edição
De 27 a 29 de setembro, no Sesc Ceilândia (QNN 27 Área Especial Lote B – Ceilândia Norte). Entrada gratuita. Classificação Livre. Para mais informações, clique aqui!

Fonte: Metrópoles
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