Economia Derivativos

Investidor busca "mais pimenta" e ETFs de alto risco crescem nos EUA; conheça

Você gostaria de apostar na valorização da MicroStrategy e seu caixa de Bitcoin (BTC), enquanto opera vendido no gigante bancário JPMorgan Chase? Ou talvez comprar ações da Netflix e se desfazer dos papéis da Comcast? Ou ainda, apostar contra o New York Times na bolsa e, ao mesmo tempo, a favor da Alphabet, dona do Google?Uma nova leva de ETFs promete permitir todas essas estratégias – e muito mais – diante da crescente de fundos que compram opções no mercado de varejo, ou seja, do investidor comum.

Por Em Sergipe

20/10/2024 às 07:18:48 - Atualizado há

Você gostaria de apostar na valorização da MicroStrategy e seu caixa de Bitcoin (BTC), enquanto opera vendido no gigante bancário JPMorgan Chase? Ou talvez comprar ações da Netflix e se desfazer dos papéis da Comcast? Ou ainda, apostar contra o New York Times na bolsa e, ao mesmo tempo, a favor da Alphabet, dona do Google?

Uma nova leva de ETFs promete permitir todas essas estratégias – e muito mais – diante da crescente de fundos que compram opções no mercado de varejo, ou seja, do investidor comum.

Na última semana, a Tidal protocolou um pedido para o lançamento de oito novos ETFs com estratégia de pares, que operam simultaneamente comprando e vendendo duas ações concorrentes.

Sob a marca "Battleshares", essas novas ofertas incluem, por exemplo, posição comprada na fabricante de chips de IA Nvidia enquanto vende ações da concorrente Intel. Outra combinação semelhante é Tesla x Ford. Esses ETFs, se aprovados, utilizarão diversas ferramentas, como operações a descoberto, swaps e opções, segundo o documento protocolado.

Outras combinações de Battleshares incluem:

  • A corretora de criptomoedas Coinbase Global contra o banco Wells Fargo;
  • Eli Lilly, fabricante de medicamentos para perda de peso, contra Yum! Brands, dona do Taco Bell;
  • Amazon contra Macy's, tradicional varejista de lojas físicas.

O documento protocolado não especificou as taxas que seriam cobradas por cada fundo. Michael Venuto, cofundador e diretor de investimentos da Tidal, disse que a empresa não pode comentar sobre o pedido.

Desvirtuando ETFs

Neste ano, tanto empresas emergentes quanto grandes agentes de Wall Street inundaram o mercado com ETFs de altas taxas, oferecendo produtos de derivativos com perfis de retorno e alavancagem variados. O número de ETFs alavancados, inversos, de “buffer” (que protegem contra perdas) e de calls cobertas cresceu consideravelmente, todos pertencentes à categoria de ETFs de derivativos.

Apesar da empolgação em torno desses produtos, que são cada vez mais populares entre investidores de varejo, muitos especialistas levantam preocupações. Alguns no setor questionam o excesso de ofertas e se os investidores varejistas estão cientes de todos os riscos envolvidos.

“Parabéns à indústria de ETFs por sempre expandir os limites, mas alguns dos novos lançamentos parecem ir contra a proposta original dos ETFs: serem investimentos diversificados e de baixo custo, parecendo mais voltados a traders e especuladores”, disse Athanasios Psarofagis, da Bloomberg Intelligence.

Por outro lado, os emissores afirmam que seus produtos atendem à demanda dos investidores – especialmente aqueles que começaram a operar em casa.

ETFs de derivativos estão crescendo rapidamente nos EUA, com mais de 160 novos fundos lançados neste ano. Os ativos sob gestão desses produtos cresceram seis vezes nos últimos cinco anos, chegando a US$ 300 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Essa categoria inclui desde fundos de ações individuais alavancadas até fundos focados em rendimentos. Muitos investidores de varejo são atraídos pela promessa de grandes retornos em meio à volatilidade do mercado.

Os ETFs Battleshares não são os primeiros a testar estratégias de negociação em pares. Em 2019, a Direxion lançou fundos com estratégias como crescimento versus valor em ações de pequena capitalização, grandes empresas contra pequenas e setores cíclicos contra defensivos. Todos foram posteriormente liquidados.

Já um produto da ProShares, lançado em 2017, que apostava em varejistas online contra empresas de lojas físicas, possui apenas US$ 9 milhões em ativos atualmente.

"Vimos algum sucesso com fundos alavancados de ações individuais – essa pode ser a próxima evolução, com negociação em pares alavancados", disse Todd Sohn, estrategista de ETFs na Strategas. "O desafio, no entanto, é encontrar uma combinação de compra e venda que ressoe com a comunidade de traders. Na superfície, essas ideias fazem sentido – mas isso pode mudar conforme os movimentos de mercado vão e vêm."

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