Economia Eleições 2024

PSDB paulistano decide não apoiar Nunes e fica entre Tabata e candidatura própria

O diretório municipal do PSDB de São Paulo afastou, pelo menos por ora, a possibilidade de o partido apoiar a candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas eleições de outubro deste ano.

Por Em Sergipe

25/03/2024 às 07:55:30 - Atualizado há

Anatomia de uma queda: 30 anos após chegar ao poder, PSDB vive sua maior crise

Partido que governou o Brasil entre 1995 e 2002 e foi antagonista do PT por 20 anos sofre debandada, perde protagonismo e pode não ter candidato em São Paulo pela 1ª vez na história

Racha tucano e debandada de vereadores

Antes da decisão do diretório, o grupo favorável a Nunes divulgou uma carta na qual afirma que a "forma de manter o PSDB de São Paulo em posição de destaque no cenário municipal é declararmos nosso total apoio à reeleição” do atual prefeito.

Com a decisão majoritária do PSDB paulistano de não apoiar Nunes, deve se consumar uma "debandada" de vereadores tucanos na capital. É possível que até seis dos sete parlamentares eleitos pelo PSDB em 2020 deixem a legenda.

Entre as possíveis baixas, estão os vereadores Aurélio Nomura (que deve ir para o PSD) e Fábio Riva, líder do governo Nunes na Câmara Municipal (cujo destino deve ser o MDB). Rute Costa, Beto do Social, Gilson Barreto e Sandra Santana também podem deixar o PSDB. De acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vereadores e deputados que desejam concorrer a algum cargo nas eleições de 2024 têm até o dia 5 de abril para trocar de partido sem prejuízo de seus mandatos.

A maior crise da história

Como mostrou reportagem publicada pelo InfoMoney no fim de semana, o PSDB vive a maior crise de seus quase 40 anos de história. Após polarizar com o PT todas as eleições presidenciais entre 1994 e 2014 (venceu 2 e foi derrotado em 4), a legenda perdeu relevância nacional e ficou fora do segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto em 2018. Na ocasião, o ainda tucano Geraldo Alckmin (hoje no PSB e vice-presidente da República) obteve pouco mais de 5 milhões de votos (4,76%), em um discreto quarto lugar.

Em 2022, após uma guerra fratricida entre João Doria (ex-governador de São Paulo) e Eduardo Leite (hoje governador do Rio Grande do Sul), o PSDB nem sequer lançou candidatura própria. O partido apoiou Simone Tebet (MDB), terceira colocada, com 4,9 milhões de votos (4,16%), que hoje ocupa o Ministério do Planejamento e Orçamento no governo Lula.

Desde 2018, ano que marcou consolidação de Jair Bolsonaro como maior antagonista do PT, deixaram o partido nomes como Geraldo Alckmin, Arthur Virgílio Neto (ex-líder do PSDB no Senado, ex-ministro de FHC e ex-prefeito de Manaus) e Xico Graziano (fundador da sigla, ligado a FHC e José Serra).

Também se desfiliaram do PSDB os ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia, além do deputado federal Carlos Sampaio (SP) e da senadora Mara Gabrilli (SP), ambos com destino ao PSD de Gilberto Kassab. Cobiçado pelo PL, de Bolsonaro, para disputar a prefeitura de Curitiba, o ex-governador do Paraná e deputado federal Beto Richa esteve a um passo de deixar o partido, mas recuou após ameaças da direção nacional do PSDB de que reivindicaria seu mandato em caso de saída.

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