Uma cadeira de rodas, diferente do que muitos pensam, pode ser libertadora. O atleta Estevão Lopes, do Distrito Federal, é cadeirante e vai disputar as olimpíadas biônicas como ciclista, a partir desta sexta-feira (25/10), em Zurique, na Suíça.
Ele é formado em direito e em educação física e, após ser atingido por uma bala perdida, que o deixou paraplégico. Estevão foi levado ao Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, onde foi apresentado aos esportes paralímpicos. Desde então, já competiu em mais de 30 países.
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"Foi um fisioterapeuta que me sugeriu começar a pedalar. Minha primeira reação foi pensar: ‘Eu? Pedalar? Isso é maluquice!’. Mas aceitei o convite e fiz o teste. Desde então, pedalar se tornou parte essencial da minha vida. Uso um sistema de eletroestimulação, onde eletrodos são conectados aos músculos", destaca Estevão.
8 imagensSegundo ele, foi estranho, no início, pois os músculos estavam comprometidos. Estevão, então, intensificou os treinos. Atualmente, o atleta faz cinco treinamentos diários, normalmente na Universidade de Brasília (UnB), onde também coordena o Projeto EMA, grupo de pesquisa que desenvolve tecnologias para auxiliar na reabilitação de pessoas com lesão medular.
"Ganhei muita qualidade de vida, e minha musculatura não é mais tão comprometida. Costumo dizer que o projeto EMA se tornou meu carro-chefe, mas as melhorias constantes é que realmente me motivam. Um treino de alto rendimento costuma durar entre uma hora e meia a duas horas. Após o aquecimento, recebo o estímulo durante cerca de uma hora", afirma.
Cadeirante com asas
Estevão e seu time vão representar o Brasil na Cybathlon, competição que desafia equipes de todo o mundo a desenvolver tecnologias assistivas adequadas para o uso diário com e para pessoas com deficiência. Ela ocorre de quatro em quatro anos.
"Além de melhorar minha saúde, também existe uma competição em nível mundial: a terceira edição das olimpíadas biônicas. O nosso time de ciclismo, chamado Fes Cycling, já foi finalista nas duas edições anteriores. Desta vez, vou em busca da vitória", afirma o ciclista.
Antes do acidente, Estevão diz que tinha uma vida boa, mas sem um propósito. Atualmente, ele é atleta de alto rendimento e desenvolve vários projetos sociais que impactam mais de 500 pessoas. Competir é importante, mas ele quer ganhar, e é isso que o move. "Não vou a essas competições a passeio e costumo dizer que minha cadeira tem asas", finaliza.
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