Nesta sexta-feira (25/10), um dos espaços mais tradicionais da sétima arte na capital recebeu a despedida de Vladimir Carvalho.
Nesta sexta-feira (25/10), um dos espaços mais tradicionais da sétima arte na capital recebeu a despedida de Vladimir Carvalho. O cineasta paraibano, precursor do Cinema Novo, foi velado no Cine Brasília, um dia após falecer aos 89 anos, em decorrência de um infarto. Internado há três semanas, Vladimir também enfrentava problemas renais.
Entre os presentes no velório estava o também cineasta Walter Carvalho, irmão de Vladimir. Muito abalado, ele enalteceu a memória do companheiro de vida e trabalho.
“É um sentido humanitário, um sentido humano, um sentido humanista. Um sentido do coletivo. O Vladimir fazia cinema não em proveito próprio, ele fazia cinema para refletir, questionar e avançar com as mudanças”, disse Walter ao Metrópoles.
“O legado é o cinema que ele fez e é o que eu, meu filho e sobrinhos vamos continuar fazendo, porque foi ele que nos colocou nessa estrada. O meu irmão me ensinou o que eu não sei. Eu hoje estou órfão e o resto é silêncio”, concluiu o irmão de Vladimir, bastante emocionado.
6 imagensBreno Esaki/MetrópolesBreno Esaki/MetrópolesBreno Esaki/MetrópolesBreno Esaki/MetrópolesBreno Esaki/Metrópoles 4 imagensBRENO ESAKI/METRÓPOLES BRENO ESAKI/METRÓPOLES BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFotoQuem também marcou presença na despedida foi o professor e crítico Sérgio Moriconi, que relembrou seu primeiro contato com o cineasta: em uma sala de cinema vazia, onde apenas os dois queriam ver o filme.
“Fui aluno e monitor do Vladimir e dava muitas aulas para ele, porque ele saía para gravar. E criamos uma amizade, ele era um irmão, eu levava ele para cima e para baixo, para os show no clube do choro, para jantar”, detalhou. Moriconi acrescentou que acredita na permanência do legado do cineasta: “Ele estará presente ainda por muitos anos. Quem viver, verá.”
Sobrinho de Vladimir, Lucas Carvalho lembra com carinho do tio e reconhece a importância dele para o cinema. “Ele foi o maior documentarista da história do cinema brasileiro, né? Meu pai gosta de falar que ele não tem filhos, mas ele falava que os filmes são os filhos dele. Então ele deixou um legado de filhos muito grande, com filmes muito importantes para décadas diferentes da nossa vida”, avalia o sobrinho do cineasta.
Lucas também destaca que a história de Vladimir se confunde com a de Brasília. “Ele veio pra cá em 69 para dar um curso, virou professor, acabou ficando. Então o Vladimir, ele é um cara que a história dele vai se confundir com a do cinema brasileiro, e você vê pelas capas dos jornais hoje, pela movimentação aqui, a importância que ele tinha pra essa cidade, pra quem foi aluno dele ou quem não foi, e para, principalmente, pra história do cinema mesmo.”
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