Nesta quarta-feira (29), testemunhas no processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) depuseram no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Nesta quarta-feira (29), testemunhas no processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) depuseram no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O parlamentar responde por agressão verbal e física, com chutes e empurrões, contra o ativista do NOVO e do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro.
Foto: Gabriel Costenaro depõe como testemunha no Conselho de Ética (créditos: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados).
O processo de cassação ocorreu a partir de uma acusação formal do Partido Novo contra o deputado por quebra de decoro.
A agressão a Costenaro ocorreu em 16 de abril deste ano. Na ocasião, ele compareceu no Congresso em apoio aos motoristas de aplicativo, que participavam de uma audiência pública para discutir a proposta de regulamentação da profissão, o PL 12/2024.
Entre outros problemas, o PL criaria uma tributação de 27,5% sobre o valor das corridas, o que reduziria a remuneração dos motoristas e aumentaria o desemprego da categoria.
Quatro testemunhas deveriam participar da sessão no Conselho de Ética: Gabriel Costenaro, o deputado Kim Kataguiri (UNIÃO-SP), o deputado Alberto Fraga (PL-DF) e um policial legislativo, que não prestou depoimento na quarta-feira.
O caso mostra como a esquerda, que diz defender a tolerância e a pluralidade de ideias, muitas vezes parte para a agressões até mesmo físicas assim que é confrontada com críticas.
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Poucos dias antes da agressão no Congresso, em março deste ano, Costenaro fez questionamentos ao deputado e seus apoiadores nas ruas do Rio de Janeiro. Eles reagiram agressivamente, empurrando e difamando o ativista, chamando ele de “fascista”.
No dia 16 de abril, antes de encontrar Costenaro, Glauber fez afirmações agressivas dentro da Câmara dos Deputados.
Na data, ocorria uma mobilização de servidores de universidades e institutos federais por reajuste salarial na Comissão de Administração e Serviço Público. O deputado psolista defendeu o "aniquilamento de liberais e fascistas de plantão" no evento.
"É fundamental que essa luta seja traduzida no aniquilamento daqueles que querem destruir os institutos federais e as universidades públicas: os liberais e fascistas de plantão", afirmou.
Em seguida, após entrar na Câmara com autorização da deputada Adriana Ventura (NOVO-SP), Costenaro entrou no local e Glauber o confrontou.
Nesse contexto, Costenaro questionou Glauber sobre sua atuação como secretário de Nova Friburgo por oito anos, quando a mãe do atual deputado era prefeita da cidade, e chamou a política de corrupta.
Nesse momento, Glauber se exaltou e eventualmente agrediu o ativista, empurrando e dando chutes nele até que os dois saíram do Congresso. Na sequência, a Polícia Legislativa conteve a confusão e conduziu os dois até uma sala da corporação.
Durante o depoimento das testemunhas, Glauber fez um apelo emocional, dizendo que sua mãe estava doente na época dos fatos e que ela morreu dias depois.
Costenaro respondeu, deixando claro que, naquele momento, não sabia sobre a condição de saúde da ex-prefeita. Além disso, Glauber afirmou: "Não me arrependo. A minha reação foi de proporcionalidade".
O processo também menciona ofensas e a tentativa de agressão de Glauber ao deputado Kim Kataguiri, colega de Costenaro no MBL.
Em sua fala, Kim conta que foi até a sala da Polícia Legislativa quando soube da agressão ao colega e que, chegando no local, o deputado psolista o acusou de defender o nazismo e tentou agredi-lo fisicamente.
"Eu rebati ele dizendo que ia processá-lo e que ele seria condenado por difamação, até o momento em que Glauber Braga parte pra cima de mim e tem que ser segurado pela Polícia Legislativa", disse Kim.
Antes do depoimento do líder do MBL, o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Comissão de Segurança Pública, depôs sobre o comportamento de Glauber na comissão.
O parlamentar afirmou que o psolista já tinha demonstrado agressividade em outras discussões que "quase resultaram em agressão física".
Em agosto, o Conselho de Ética apresentou parecer favorável à continuidade do processo. Porém, um pedido de vista adiou a análise. Na sequência, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), redigiu o relatório pela admissibilidade da representação enviada pelo NOVO.
Assim, o Conselho aprovou o parecer por 10 votos a 2 no dia 11 de setembro. Agora, o presidente do órgão, Leur Lomanto Júnior (União-BA), deve decidir com o relator do processo o cronograma para os próximos depoimentos.
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