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24 ações caem mais de 10% e 6 sobem mais de 10%: os destaques do Ibovespa em novembro

O Ibovespa fechou em alta de 0,85% nesta sexta-feira (29), mas fechando o mês de novembro com queda de 3,12%, marcado principalmente pela resposta negativa de agentes financeiros a medidas fiscais apresentadas pelo governo federal e que abalou principalmente as ações voltadas ao consumo doméstico.


O Ibovespa fechou em alta de 0,85% nesta sexta-feira (29), mas fechando o mês de novembro com queda de 3,12%, marcado principalmente pela resposta negativa de agentes financeiros a medidas fiscais apresentadas pelo governo federal e que abalou principalmente as ações voltadas ao consumo doméstico.

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Varejistas e construtoras estiveram entre as maiores quedas do mês, enquanto as maiores altas estiveram principalmente com ações que ganham com a alta do dólar, caso de exportadoras, como a Embraer (EMBR3), além de petroleiras.

As baixas foram mais generalizadas, com 24 ações caindo mais de 10%, com destaque para MRV&Co (MRVE3) e só 6 subindo mais de 10%, com destaque para Embraer (EMBR3).

Confira abaixo os destaques de alta e baixa do mês:

Maiores baixas

MRV (MRVE3, R$ 5,28, -23,70%), Lojas Renner (LREN3, R$ 15,06, -18,90%) e Cyrela (CYRE3, R$ 18,40, -15,36%)

Empresas impactadas por ambientes de aversão ao risco e possíveis visões de mudança no consumo doméstico, caso de MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e Lojas Renner (LREN3), sofreram na Bolsa neste mês de novembro, principalmente nos últimos dias dele.

Num primeiro momento, o anúncio do governo de uma isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil poderia animar as ações das companhias por levar a um aumento da renda disponível – no caso principalmente para MRV e Renner. Contudo, o impacto acabou sendo negativo para os ativos em meio às sinalizações fiscais ruins, o que impulsiona as taxas dos juros futuros. Juros mais altos indicam atividade mais fraca lá na frente, o que tende a diminuir a demanda pelos produtos dessas companhias – além de aumentarem potencialmente o custo da dívida para muitas dessas empresas.

Hapvida (HAPV3, R$ 2,70, -23,30%)

Em um mês bastante negativo para o Ibovespa, outro grande destaque de queda do índice ficou para a Hapvida (HAPV3) que, apesar de alguns analistas apontarem para confiança na recuperação de seus resultados, registrou forte queda após dados fracos no terceiro trimestre de 2024 (3T24), divulgados em meados de novembro, refletindo maiores provisões para contingências devido à alta judicialização do setor.

Durante a teleconferência, os executivos disseram que a companhia irá elevar os preços para absorver os impactos da "judicialização".

Cabe destacar ainda, que neste mês, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) instaurou um processo administrativo sancionatório contra 17 operadoras de planos de saúde e quatro associações do setor por cancelamentos unilaterais de contratos e por práticas consideradas abusivas, incluindo a Hapvida. Segundo o JPMorgan, esse novo processo traz mais um ingrediente para a judicialização do setor.

CSN Mineração (CMIN3, R$ 5,28, -14,98%)

Algumas companhias de commodities ou ligadas a elas também sofreram na Bolsa, caso da CSN Mineração (CMIN3).

A CSN Mineração divulgou seus resultados do 3T24 em 12 de novembro, com números considerados fracos em meio em função da contração dos preços do minério de ferro com 62% de pureza (queda trimestral de 11% ). O lucro líquido foi de R$ 446,3 milhões no período, queda de 62,81% na comparação com o igual período de 2023, com queda do preço do minério de ferro no período, o que anulou o aumento do volume. Além disso, houve efeito da variação cambial.

A XP tem recomendação neutra para a CSN Mineração mesma recomendação da Genial para os ativos, enquanto JPMorgan tem recomendação equivalente à venda para CMIN3.

Confira as ações do Ibovespa que caíram em novembro:

AtivoValor  (R$)Var. Mês (%)
MRVE35,28-23,7
HAPV32,7-23,3
LREN315,06-18,9
CYRE318,4-15,36
CMIN35,28-14,98
BRKM515-14,58
CRFB36,4-14,55
UGPA317,94-14,12
CSAN310,19-13,79
AZUL44,93-13,2
YDUQ39,25-12,82
B3SA39,26-12,81
BBDC311,13-12,57
ALPA46,3-12,13
PCAR32,64-12
BBDC412,63-11,98
ASAI36,6-11,88
ENEV311,55-11,7
HYPE319,52-11,67
FLRY313,18-11,07
AZZA336,69-11,03
ALOS319,69-10,57
RENT337,58-10,57
VIVA322,9-10,44
ELET334,37-9,48
IGTI1119,15-9,41
CCRO311,03-8,84
COGN31,29-8,51
EGIE338-8,37
SANB1124,93-8,35
LWSA33,74-8,35
TOTS327,46-7,98
VAMO35,79-7,95
ITSA49,77-7,92
RDOR327,05-7,87
ELET639,01-7,58
VBBR320,63-7,53
PETZ34,3-7,41
USIM56,14-7,11
MULT323,79-7,03
ITUB432,6-6,86
BPAC1130,43-6,43
ENGI1140,45-6,26
VIVT349,52-5,93
RAIZ42,64-5,71
IRBR340,99-5,42
VALE359,04-4,87
MGLU39,03-4,55
TIMS315,84-4,46
EZTC312,66-4,25
BBAS324,84-4,13
EQTL330,88-3,86
AURE39,87-3,71
BRFS324,87-3,32
PRIO339,8-2,88
RAIL319,45-2,26
BBSE333,53-2,16
BRAP418,44-2,1
CPLE69,71-1,02
TAEE1134,09-0,95
RADL324,16-0,74
ISAE424,13-0,66
CPFE332,62-0,46
CSNA311,16-0,4
WEGE353,94-0,31

Maiores altas

Embraer (EMBR3, R$ 58,13, +19,91%)

O mês de novembro foi marcado por inúmeras boas notícias para a Embraer (EMBR3). A maior novidade foi o investimento de US$ 10 bilhões em 2030, salto forte em relação aos US$ 6,4 milhões estimados para 2024. As novas projeções foram anunciadas pelo CEO Francisco Gomes Neto no Investor Day 2024, realizado em Nova York, na Nyse, e bem recebidas pelo mercado.

O resultado da companhia também foi considerado um dos motivos para otimismo com a companhia. O JPMorgan ressaltou alguns destaques do resultado: o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de US$ 357 milhões (ex-US$ 14 milhões em despesas da Eve) foi aproximadamente 90% acima do projetado pelo banco. Excluindo ganhos de arbitragem, o Ebitda ajustado ficaria em US$ 207 milhões (+38% ano a ano) e +10% versus o consenso.

Apesar disso, o nome não foi unanimidade em novembro. A UBS BB considerou mercado excessivamente otimista e mudou sua recomendação de neutra para venda. A principal justificativa para o rebaixamento é, segundo o banco, que o "mercado está excessivamente otimista" em relação às perspectivas de desempenho da fabricante de aeronaves, especialmente após o Investidor Day realizado pela companhia.

Marfrig (MRFG3, R$ 18,77, +19,63%)

Já em meados de outubro, o nome acumulava alta de 41,5% em 2024. Em novembro, a valorização acumulada passou a ser de mais de 91% no ano. No mês, o frigorífico apresentou seu balanço, com reversão de prejuízo e lucro de R$ 71,9 milhões. O anúncio também abarcou dividendos intercalares.

Apesar de boas notícias e manutenção de recomendação de compra para o nome, o Bank of America considera possibilidade de um “upside menor” depois da alta recente dos papéis. Na ocasião, o banco ajustou o preço-alvo de R$ 21 (dos R$ 21,50 anteriores), considerando o pagamento de dividendos e o processo gradual de desalavancagem da empresa.

Tanto para o Bofa quanto para o Itaú BBA, o nome é uma das preferências de frigoríficos. O destaque para os bancos, no entanto, fica para a JBS (JBSS3). O Goldman Sachs também recomenda compra para os dois nomes e vê momento atual como oportunidade para ações de proteínas.

Brava Energia (BRAV3, R$ 20,03, +17,96%)

A Brava Energia (BRAV3) deve sua alta a dois eventos: anúncio de investimentos em novos campos e resultados apresentados (mesmo aquém das expectativas).

A Brava Energia anunciou, em 26 de novembro, que assinou os principais contratos para a campanha de desenvolvimento integrado nos campos de Atlanta e Papa-Terra, com uma opção para desenvolver o campo de Malombe. A campanha começará no quarto trimestre de 2025 (4T25), com as primeiras conexões de poços esperadas para 2026. Com o anúncio, os papéis já subiram mais de 9%.

Antes disso em novembro, os resultados considerados fracos ainda assim animaram mercado por perspectivas mais positivas daqui para frente. O terceiro trimestre foi o primeiro resultado após a combinação de negócios entre 3R e Enauta, e foi marcado por despesas não-recorrentes, bem como pela paralisação da produção em Papa-Terra, o que diminuiu a produção consolidada da empresa em relação ao último trimestre.

CVC (CVCB3, R$ 2,40, +17,07%)

A alta da CVC (CVCB3) reflete novo momento da companhia, composto por resultados melhores, esforços para mudanças nas dívidas e recompra anunciada. A reação do mercado ao balanço apresentado pela companhia de viagens foi positiva.

Um dia após a apresentação dos dados, os papéis figuraram entre as maiores altas da sessão.  Os resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) que superaram as expectativas do mercado e trouxeram lucro pela primeira vez em mais de quatro anos.

A companhia também teve aprovado o reperfilamento das debêntures de quarta e quinta emissões, informou a empresa em fato relevante em novembro, após ter alcançado acordo com debenturistas no mês passado.

Por fim, a notícia mais recente da companhia é a aprovação do programa de recompra de até 15,8 milhões de ações. Na visão da CVC, valor atual das ações não reflete os fundamentos do modelo de negócios, ativos e perspectiva de retorno e geração de resultados.

Confira as ações do Ibovespa que subiram em novembro:

AtivoValor  (R$)Var. Mês (%)
EMBR358,1319,91
MRFG318,7719,63
BRAV320,0317,96
CVCB32,417,07
GOAU411,4612,92
GGBR420,312,62
PETR342,629,11
PETR438,98,33
KLBN1122,218,03
JBSS337,326,63
RECV316,544,84
SUZB362,294,22
CMIG411,844,13
CXSE314,532,47
SLCE317,412,35
STBP312,821,5
NTCO313,881,24
SBSP392,980,98
ABEV312,730,71
SMTO325,40,32
BEEF35,80

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