Rebeldes sírios dizem que tomaram Deir Ezzor das forças curdas apoiada pelos EUA

O Comando de Operações Militares, a coalizão rebelde composta por Hayat Tahrir al-Sham (HTS), tomou a cidade de Deir Ezzor, no leste da Síria, das Forças Democráticas Sírias (SDF), apoiadas pelos EUA e lideradas pelos curdos.

“Anunciamos a cidade de Deir Ezzor e seu aeroporto militar como completamente liberados”, disse o porta-voz do Comando de Operações Militares, Hassan Abdul Ghani.

No entanto, uma fonte das SDF disse à CNN que as forças curdas se retiraram apenas da margem ocidental do Eufrates, na cidade de Deir Ezzor, para onde avançaram recentemente.

As Forças Democráticas Sírias assumiram o controle da parte da cidade a leste do Eufrates em 2017, depois que o Estado Islâmico foi expulso.

O vídeo geolocalizado pela CNN mostra homens vestidos de camuflagem do lado de fora do prédio administrativo provincial na cidade.

Pelo menos dois dos homens parecem estar armados e usando armadura corporal. Antes que a câmera faça uma panorâmica pela fachada do prédio do governo — estampado com a antiga bandeira do regime sírio — um veículo blindado e dois caminhões adicionais podem ser vistos.

A cidade abriga campos de petróleo e trigo.

Entenda o conflito na Síria

O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

CNN mostra interior da maior prisão política do governo Assad | CNN N

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad