A volatilidade no mercado de câmbio tem sido uma característica marcante nas últimas semanas, especialmente por conta das incertezas fiscais no front local, oferecendo fortes emoções para os traders.
A volatilidade no mercado de câmbio tem sido uma característica marcante nas últimas semanas, especialmente por conta das incertezas fiscais no front local, oferecendo fortes emoções para os traders.
“Deixando um pouco de lado essa questão de se é bom ou não para a economia, o dólar para cima é emocionante, muito bom de operar”, comenta Alison Correia, trader e sócio da Dom Investimentos.
Segundo ele, a atual oscilação média, que varia entre 100 e 150 pontos por dia, proporciona inúmeras oportunidades de ganho.
Alison, lembra como o mercado mudou nos últimos anos, muito antes, inclusive, dos atuais problemas fiscais, que levaram a moeda americana a bater os R$ 6,20.
“Há cinco anos, o dólar oscilava 15 pontos, no máximo 30 por dia. Hoje, bate 150 pontos. É animal, é muito bom!”.
Contudo, ele alerta que a volatilidade tem dois lados. Embora seja possível ganhar dinheiro rapidamente, as perdas também podem ser grandes e ocorrer em pouco tempo. Por isso, ele enfatiza a importância de ajustar a exposição de forma adequada. "O primeiro ponto é saber calibrar a mão”, concluiu.
Essa “calibragem” no número de contratos é essencial para reduzir riscos em um mercado de alta volatilidade. Alison destaca que nem mesmo os bancos operam com a mesma quantidade de contratos que utilizavam no passado devido ao aumento da volatilidade.
Segundo ele, as instituições financeiras reduziram sua exposição, mas ainda assim conseguem alcançar resultados financeiros consistentes. Por isso, ele argumenta que, se nem os bancos assumem grandes riscos, os traders também não deveriam operar com mão cheia, especialmente porque, em um cenário de alta volatilidade, é possível obter os mesmos resultados financeiros operando com menos contratos.
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A volatilidade, por sua vez, também oferece inúmeras oportunidades. Para traders experientes, momentos de grande oscilação no dólar são ideais para buscar várias operações ao longo do dia, sabendo que, mesmo ao perder uma oportunidade, outras logo surgirão.
"Volatilidade é muito boa, sim. Principalmente depois que o dólar estourou os R$ 6,00, ele passou a dar muitas oportunidades."
Para iniciantes, no entanto, a volatilidade pode ser intimidadora. Muitos ainda não têm a agilidade ou a proatividade de clicar e tomar decisões rápidas. “Isso é normal no início”, afirmou Alison.
Ele explicou que os novatos tendem a preferir apregoar as ordens no book de ofertas, o que, em mercados tão rápidos, pode fazer com que percam o momento para entrar em uma operação. Essa frustração inicial é comum, mas é parte do aprendizado.
Outro ponto destacado é a interferência do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. Nas últimas semanas, o BC tem atuado de forma mais frequente para conter a alta do dólar, algo que há tempos não se via no mercado. Esse movimento, acrescenta, exige atenção redobrada dos traders.
Alison comentou sobre uma estratégia que utiliza junto com seus alunos, conhecida como a “estratégia do BC”. Segundo ele, quando há notícias de que o Banco Central irá atuar no mercado de câmbio, eles continuam analisando e operando normalmente, mas deixam uma ordem start de venda programada.
Quando o BC entra no mercado, essa ordem é acionada, gerando lucro em poucos segundos, já que a intervenção do BC geralmente faz o dólar cair rapidamente, aumentando a volatilidade. “Parece uma estratégia besta, mas funciona. Só que você tem que ficar muito ligado”, explicou.
Além disso, muitos traders têm perdido dinheiro ao insistir em um viés de venda, mesmo diante de um mercado claramente comprador. “Você tem uma tendência de alta, fluxo comprador, tudo apontando que vai explodir, mas as pessoas continuam procurando venda só por conta do BC”, alerta.
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Outro movimento que vem chamando atenção é a migração de alguns traders experientes para o Bitfut, devido à sua alta volatilidade. “Eu fico com uma sala onde de 90% a 95% é dólar. Já é difícil eles entrarem no índice, mas começaram a entrar no bitcoin”, comenta.
Ele destaca que os contratos futuros de Bitcoin têm atraído traders que já extraem dinheiro do dólar e possuem “gordura” para aguentar possíveis perdas. “São pessoas que aguentam a pancada. Não são iniciantes. São pessoas que, de certa forma, já têm uma gordura para que, caso levem uma pancada, não machuque tanto”, concluiu.
A volatilidade no dólar exige um comportamento estratégico do trader. Saber calibrar a mão, manter o foco e respeitar as tendências do mercado e evitar operar com viés fixo são ações fundamentais para minimizar riscos e aproveitar as oportunidades.
Além disso, a diversificação para ativos como bitcoin pode ser uma opção interessante para traders mais experientes, mas exige preparo e maturidade. No fim das contas, como ressaltado por Alison, muitas vezes o mais importante é “olhar o óbvio” e agir de acordo com o que o mercado está mostrando.
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