Uma decisão da 8ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo que manteve a proibição de controle de escorpiões, a partir da criação de galinhas-d’angola em áreas residenciais, em Presidente Prudente (SP), a cerca de 560 quilômetros da capital paulista, tem despertado a curiosidade sobre o uso da ave no combate ao invertebrado.
Estudos realizados por mestrandos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP) tratam sobre a relação entre galinhas-d’angola e escorpiões, buscando entender se a ave é uma solução natural para o controle desses aracnídeos.
A pesquisa, realizada no Brasil entre abril de 2009 e março de 2011, analisou diferentes fontes de informação sobre o tema.
Os estudos indicam que escorpiões estão presentes na alimentação natural das galinhas-d’angola. Um dos documentos analisados, lista a ave como um predador natural de escorpiões, sugerindo que a sua presença pode auxiliar na prevenção de acidentes.
Uma tese desenvolvida no Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), nomeado como “Atividade Predatória de Galinha D'angola”, por exemplo, mostra o potencial da ave até mesmo no controle de moscas domésticas, por exemplo.
Hábitos da galinha-d’angola
Galinhas-d’angola têm a fama de serem excelentes controladoras de pragas, porque são aves forrageadoras por natureza, o que significa que elas passam a maior parte do tempo procurando comida no solo. O instinto de caça as leva a investigar e comer insetos, vermes e outros pequenos animais.
A “caça aos escorpiões” é explicada na distinção dos hábitos de ambos.
As galinhas têm hábitos diurnos, enquanto os escorpiões têm hábitos noturnos, e buscam se abrigar durante o dia nos mesmos locais em que as galinhas caçam.
Essas aves têm visão aguçada, o que as ajuda a identificar presas como escorpiões em meio à vegetação e no solo.
Essa capacidade de controlar pragas as torna valiosas para fazendeiros e criadores, ajudando a reduzir a necessidade de pesticidas.
CNN Brasil