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2025

Ibovespa: após ano melancólico, o que projetar para o índice em 2025?

O ano de 2024 foi melancólico para o Ibovespa, com queda de 10,36% e fechando a 120.


O ano de 2024 foi melancólico para o Ibovespa, com queda de 10,36% e fechando a 120.283 pontos, principalmente após as decepções com o fiscal. As perspectivas para 2025 são de mais um período desafiador, ainda que as projeções dos bancos sejam de valorização para o índice. Ao longo de 2024, cabe ressaltar, os analistas diminuíram suas projeções para o ano que se inicia, vendo pressões de diversas partes.

A XP Investimentos projeta o índice no ano que vem na casa dos 145.600 pontos (mais precisamente 145.649 pontos) no cenário-base, 113.255 pontos no cenário pessimista e 162.496 pontos no otimista.

Para a equipe de estratégia da XP, embora 2024 termine com o sentimento dos investidores próximo ao pessimismo extremo, isso, por si só, não significa que os mercados já chegaram ao nível mais baixo.

Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head da research da XP, e equipe, que assinam o relatório, veem uma estabilização das preocupações macroeconômicas, principalmente fiscais, como chave para que os ativos brasileiros deixem o recente "modo crise". Essas preocupações estão relacionadas à trajetória da dívida pública, sendo, portanto, necessárias melhores notícias no âmbito fiscal antes que os preços possam se estabilizar.

Os estrategistas mantêm uma postura defensiva em 2025 para a Bolsa. “Apesar da Bolsa seguir barata e as empresas com bons fundamentos, continuamos favorecendo setores com carrego sólido (alta geração de fluxo de caixa), protegidos contra inflação e com exposição a receitas em dólar, como Elétricas & Saneamento, Bancos e Commodities”, avalia a XP. A casa ressalta que 2025 deve ser um ano em que a preservação de capital e dividendos seguem mais relevantes do que a busca apenas por ganhos de capital. “Mantemos alta cautela com empresas muito alavancadas, já que o mercado de juros precifica a taxa Selic alcançando 16% ou mais em 2025”, aponta a equipe.

Recentemente, a Genial Investimentos cortou a sua projeção para o Ibovespa, passando de 147.400 pontos para 140.600 pontos para o fim de 2025.

Do lado positivo, os estrategistas da casa destacam que a bolsa brasileira apresenta um valuation atrativo, negociando a 1 desvio padrão abaixo de sua média histórica. Esse patamar sugere um potencial de valorização, especialmente considerando o ciclo microeconômico favorável, que indica a continuidade na melhora dos resultados corporativos ao longo dos próximos trimestres.

Por outro lado, fatores negativos também exercem pressão sobre o mercado. A deterioração das contas públicas tem impactado negativamente o câmbio e as taxas de juros, criando um ambiente menos favorável para investimentos. Além disso, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos adiciona incertezas, já que há uma percepção de que suas políticas podem fortalecer o dólar e pressionar a curva de juros americana, influenciando negativamente o mercado brasileiro.

InstituiçãoProjeção para o Ibovespa em 2025Potencial de alta em 12 meses
JPMorgan135.00012,24%
Genial Investimentos140.60016,89%
Ativa Investimentos142.00018,05%
Inter Research143.20019,05%
Santander145.00020,55%
Terra Investimentos145.00020,55%
XP Investimentos145.64921,09%
Morgan Stanley146.00021,38%
BB Investimentos153.00027,20%
CM Capital154.00028,03%

Cabe ressaltar que o Morgan Stanley reduziu recentemente a sua exposição para o Brasil na região para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), justamente por conta do risco político e preocupações fiscais. Para o banco, no Brasil, os riscos de dominância fiscal, caracterizado por um cenário em que a política monetária perde eficácia devido a um desequilíbrio nas contas públicas, são muito altos. Na visão dos estrategistas, "as coisas ainda podem piorar, antes de melhorar." O banco, ainda assim, tem uma projeção para o cenário-base do Ibovespa para 2025 a 146 mil pontos.

O JPMorgan também rebaixou o Brasil no portfólio de América Latina. Para os estrategistas, embora as avaliações pareçam muito atraentes e o posicionamento leve para ambos os mercados, estão mudando a sua preferência para o México com base em três pontos principais, mas também destacando outros pontos: 1) o cenário global favorece o México; 2) o Brasil está aumentando as taxas enquanto o México está cortando os juros; 3) o novo governo do México ainda precisa mostrar a que veio, dando assim o benefício da dúvida. No cenário-base, o banco projeta o Ibovespa a 135 mil pontos; no cenário otimista, iria a 145 mil pontos, enquanto o pessimista é do índice se manter na casa dos 120 mil pontos.

O Santander projeta um cenário desafiador para o Brasil em 2025, em que os preços dos ativos devem enfrentar fraquezas pontuadas por breves períodos de recuperação ou estabilização. A preocupação também se estende aos investidores institucionais locais e estrangeiros, que, segundo o banco, estão adotando uma postura mais conservadora, com reforço em posições em caixa e um fluxo reduzido de investimentos externos.

Os analistas do banco têm preço-alvo para o Ibovespa em 145 mil pontos ao final de 2025. O banco destaca que a deterioração fiscal continua sendo uma preocupação central para os investidores, o que reflete em uma elevação na curva de rendimento e uma desvalorização acentuada do real.

A Inter Research projeta o Ibovespa a 143.200 pontos para 2025, ancorado pelo resultado das companhias, mas um pouco pessimista dado ao múltiplo dado pelo mercado e aos riscos ainda pertinentes.

O BB-BI, por sua vez, apesar de destacar que tem um cenário conservador, projeta o Ibovespa além dos 150 mil pontos neste ano. O banco projeta o benchmark da Bolsa a 153 mil pontos e afirma que, embora o cenário doméstico apresente perspectivas positivas para os resultados corporativos, sustentadas por um crescimento econômico ainda robusto, o aumento do prêmio de risco associado à curva de juros impacta os custos de capital das empresas, influenciando diretamente os valuations.

A visão é de que, apesar de o índice preço/lucro (P/L) indicar um Ibovespa descontado, as condições atuais limitam o potencial de alta no curto prazo, segundo os analistas. A elevação dos juros, combinada com pressões inflacionárias, mantém as empresas cíclicas sob pressão. Já dados econômicos mais sólidos oferecem um contraponto, sustentando as expectativas de resultados das companhias no médio prazo.

SIte da InfoMoney

Mercados 2025 Ações Hard News Ibovespa

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