Duas Venezuelas se opõem hoje, data da posse de Nicolás Maduro como presidente do país para mais um mandato de seis anos. De um lado, o regime tenta legitimar o ato, após uma controversa eleição em 2024, contestada interna e externamente. Do outro, uma oposição capitaneada pelo ex-candidato Edmundo González Urrutia e pela líder María Corina Machado, que tem feito protestos frequentes e que chegou a ser detida ontem pelas forças de segurança, sendo solta logo depois.
Maduro não parece preocupado com qualquer tipo de contestação: gravou uma mensagem em vídeo distribuída em redes sociais como o Instagram na qual comemora a chegada do "dia histórico" e “honrado por estar acompanhado pelo povo na rua, cumprindo a Constituição".
Após a posse, marcada para o início da tarde, está agendada uma marcha de apoiadores pelas maiores avenidas de Caracas, que vai terminar num encontro em frente à Assembleia Nacional, onde será realizado um concerto popular batizado de “Viva Venezuela Fest”, a partir das 17h.
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O governo garante que ao menos 100 delegações internacionais são esperadas na cerimônia solene nesta sexta-feira em apoio ao presidente Maduro. Mas não estarão presentes antigos ou atuais aliados, como o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o colombiano Gustavo Petro ou o nicaraguense Daniel Ortega.
Do lado da oposição, o ex-candidato González Urrutia prometeu que retornará à Venezuela para prestar juramento, depois de ter sido obrigado a fugir do país alegando perseguição e ameaças pelo regime de Maduro. Ele chegou a fazer uma turnê nos últimos dias que o levou à Argentina, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana para obter apoio.
Corina chamou a população contrária à posse de Maduro às ruas ontem. “Chegou a hora (â¦) Todos nós sabemos que isso acabou”. “Deixe o medo ter medo de nós”, disse pouco antes de ser detida. Mais tradem escreveu na rede X que seu coração "está com o venezuelano que foi baleado quando as forças repressivas do regime me detiveram".
Urrutia também foi às redes ontem: “Como presidente eleito, exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram, eu digo: não brinquem com fogo”, escreveu em sua conta X.
Por via das dúvidas, Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, anunciou que as fronteiras com a Colômbia ficarão fechadas até segunda-feira (13).”Temos a informação de uma conspiração internacional para perturbar a paz dos venezuelanos (â¦) Vamos ordenar, por instruções do presidente Nicolás Maduro, o fechamento da fronteira com a Colômbia das 5h de hoje até as 5h de segunda-feira”, anunciou.
SIte da InfoMoney