O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) ordenou que a Polícia Federal (PF) inicie uma investigação sobre o ataque ocorrido no assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no Vale do Paraíba, a cerca de 140 quilômetros de São Paulo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) ordenou que a Polícia Federal (PF) inicie uma investigação sobre o ataque ocorrido no assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no Vale do Paraíba, a cerca de 140 quilômetros de São Paulo. A agressão aconteceu entre a noite desta sexta-feira (10) e a madrugada deste sábado (11), quando cerca de dez homens armados invadiram o assentamento, matando três assentados e deixando pelo menos seis feridos, alguns em estado grave.
Em nota, o Ministério informou que uma equipe da PF, composta por agentes, peritos e papiloscopistas, está a caminho do local para apurar o ocorrido. O ministro substituto Manoel Carlos de Almeida Neto, em ofício enviado à PF, disse que os criminosos atacaram as famílias de agricultores, residentes em um assentamento regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O MST afirma que os agressores, cujas identidades ainda não foram reveladas, chegaram ao assentamento em vários veículos e motos, disparando contra os moradores enquanto muitos dormiam. A polícia local informou ao InfoMoney que entre as vítimas fatais estão Valdir do Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Denis Carvalho, de 29 anos, foi internado em coma induzido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no fim da tarde de hoje.
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou que ao menos seis feridos receberam atendimento em hospitais da região, incluindo o Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté. No entanto, detalhes sobre o estado de saúde dos pacientes não foram divulgados devido à natureza policial da ocorrência.
O boletim de ocorrência menciona uma possível disputa por terras. Gilmar Mauro, membro da coordenação nacional do MST, informou que cerca de 20 pessoas estavam no local para garantir a proteção da área durante o processo de regularização de um lote que seria ocupado por uma família.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) disse que irá oferecer assistência e proteção às lideranças e moradores do assentamento, por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas. O MDHC está em busca de mais informações sobre o ataque e deve atuar para garantir o apoio necessário.
O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), também repudiou o atentado e expressou solidariedade às famílias das vítimas. O MDA se solidarizou especialmente com as famílias de Valdir e Gleison, destacando a gravidade do caso.
Além disso, as entidades que compõem a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe) manifestaram repúdio ao ataque e prometeram acompanhar a investigação até que os responsáveis sejam identificados e punidos. As entidades também destacaram a recorrência de ataques a movimentos sociais que lutam pelo acesso à terra, apontando a necessidade de um fim à violência no campo e em áreas periféricas urbanas.
Reações de parlamentares também foram registradas, com o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) acusando organizações criminosas de estarem por trás do ataque, visando a apropriação de territórios da reforma agrária.
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