Economia Estados Unidos

 EUA é melhor tese do ano e Bolsa estar barata no Brasil é pouco, diz Reider, da WHG

Ainda não se tem clareza sobre como vai ser o segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos, principalmente nos primeiros anos, quando o presidente costuma ter mais capital político para concretizar suas promessas de campanha.

Por Em Sergipe

13/01/2025 às 21:06:08 - Atualizado há

Ainda não se tem clareza sobre como vai ser o segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos, principalmente nos primeiros anos, quando o presidente costuma ter mais capital político para concretizar suas promessas de campanha. Ainda assim, o investimento na terra do Tio Sam se mostra a principal tese para 2025.

Em painel sobre investimentos no exterior no primeiro dia do evento Onde Investir 2025, do InfoMoney, Andrew Reider, diretor de investimentos da gestora WHG, afirmou que está difícil encontrar teses fora dos EUA.

"A Europa ainda tem problemas, a China tem problemas, o México está virando o patinho feio para o mercado. No final das contas, a história nos EUA ainda está muito boa. As empresas continuam entregando bons retornos, com histórias relevantes em diferentes áreas, então é a única tese que sobra por um valor razoável", diz Reider. 

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Não que Trump não seja um fator de incerteza relevante, mas o diretor da WHG afirma que o mercado ainda está em compasso de espera, aguardando com cautela para entender o que vem em seguida. Desde as eleições, o S&P 500 já devolveu boa parte da sua alta, o mesmo acontecendo com as small caps do Russell 2000.

Mas há prós e contras. Segundo Reider, o lado positivo neste começo de ano é que a economia norte-americana continua muito forte, sem qualquer indício de recessão no curto ou médio prazo. O lado ruim é que a inflação parece ter chegado em um platô, de onde não cai mais, e a tendência sob o governo Trump é de aumento em 2025.

"A questão é, se a economia está bem, se a chegada do Trump ajuda o empresário a investir mais na economia doméstica, de repente é a hora de comprar as empresas mais cíclicas locais. Com a correção do S&P, é um ponto de entrada bom. Para smalll caps também", diz Reider. 

Para o diretor, a tese doméstica se sobressai à tese das big techs, que foi o grande impulso da Bolsa americana em 2024. Reider afirma que os valuations e preços do S&P 500 com pesos iguais (equal weight) está em linha com os últimos 10 anos. 

Outros mercados

Fora dos Estados Unidos, o diretor afirma que as histórias estão mais difíceis. 

"Taiwan parece ser uma história vencedora pela participação relevante em semicondutores e a tese da inteligência artificial. A Índia ainda é uma alternativa à China, mas no curto prazo está mais complicado, e tem o Canadá, que pode ser o novo Brasil do início dos anos 2000", diz Reider.

A fala sobre o Brasil é uma referência ao boom de commodities que ajudou o país entre os anos 2000 e 2010. Porém, as commodities agora são outras. 

"É um boom de commodities alinhadas às teses do futuro: carros elétricos, energia limpa, data centers. O país está muito bem posicionado para navegar essa onda e a proximidade com os EUA também é um ponto positivo", diz Reider. 

Para o diretor, o Brasil perdeu sua chance nessa área. O país que é forte em energia limpa não investiu e não dá sinais de que irá apostar em uma expansão deste setor e de outros correlacionados. O diretor afirma que, de longe, o Brasil "está bem na foto", mas quando se aproxima o foco, ministros do governo sinalizam que tem muita barreira comercial e questões geopolíticas (como o distanciamento dos EUA com a chegada de Trump) que dificultam.

Brasil de fora

Quando questionado sobre a atratividade das ações brasileiras para aporte, Reider afirmou que não entende como um bom momento para investir no Brasil. Para ele, as ações estarem "baratas" não é o suficiente. 

Segundo o diretor, os indicadores não são bons. A inflação tem viés de alta, assim como os juros e o exterior não deve ajudar a melhorar o cenário. "EUA não devem cortar juros neste ano e o Brasil é frágil nesse ambiente. Se, no ano passado, com corte de juros, não conseguiu ir bem, imagina agora que não irá cortar."

A WHG não vê gatilhos para uma melhora da Bolsa brasileira. Para Reider, há muito estresse com a crise do câmbio e dos juros e nem mesmo papeis que se beneficiam com a alta do dólar conseguiram despontar.  "Isso mostra que as empresas domésticas sofrem muito mais." 

"A gente precisa de um catalisador, algum evento que nos tire desse modo crise. O que enxergamos de mais óbvio é algum anúncio, alguma medida do governo", disse o diretor na finalização da sua participação no Onde Investir 2025. 

Ainda é possível se inscrever para o Onde Investir 2025! Participantes inscritos garantem acesso às transmissões online desta semana e a um e-book com as principais recomendações feitas durante os painéis. As transmissões online começam na terça-feira (14) e vão até quinta (16), das 18h às 21h.

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