Uma possível fusão entre a companhia aérea Azul e o grupo Abra, controlador da Gol, pode afetar o consumidor brasileiro.
Uma possível fusão entre a companhia aérea Azul e o grupo Abra, controlador da Gol, pode afetar o consumidor brasileiro. No entanto, Ygor Bastos, analista de aviação da Genial Investimentos, acredita que os preços das passagens aéreas não devem subir no curto prazo por esse fator.
“A possibilidade de vender mais para o consumidor, geralmente quando tem compra de trechos casados, isso acaba até barateando as passagens. Então, eu não vejo um impacto tão significativo nesse sentido”, pontuou o analista em entrevista à CNN.
Já no longo prazo, o pior cenário para o consumidor seria caso uma das companhias quebrasse. Atualmente, a Gol já está passando por um processo de nos Estados Unidos que é semelhante à nossa recuperação judicial.
Com a concretização desse cenário, Bastos avaliou que, com a demanda se mantendo em um patamar elevado – o que vem acontecendo no pós-pandemia -, o Brasil teria a capacidade de mercado reduzida e isso geraria um choque muito maior entre oferta e demanda.
Isso aconteceria uma vez que o setor aéreo não está com a cadeia de suprimentos totalmente normalizada: o atraso nas entregas de aeronaves é global. Com isso, o analista pontuou que a reposição dessas aeronaves aconteceria em mercados menos estressados, o que na visão dele não seria o brasileiro.
Ainda no longo prazo, no caso da fusão, ele explica que com a operação conjunta, naturalmente, as duas companhias terão um maior poder de precificação nas rotas em que têm menos competição.
“Isso já acontece com a Azul, nos aeroportos em que voam sozinhas, elas conseguem praticar tarifas por quilômetros voados muitas vezes maiores do que em regiões onde elas dividem as rotas [ ] Então você sendo formadora de preço isso ajuda a colocar tarifas maiores”, disse.
Além disso, o especialista destacou que outro ponto positivo seria uma precisão melhor na gestão de ocupação, o que pode aumentar a receita por quilometragem da companhia aérea.
“A Azul voava com 50% da capacidade e, por exemplo, na sequência tinha um voo da Gol saindo também com 50% da capacidade. Você consegue consolidar tudo isso em único horário e em uma única aeronave, otimizando a ocupação dessa aeronave voada”, exemplificou.
Além disso, isso pode impactar no preço das passagens aéreas, uma vez que preenchendo as ocupações na velocidade esperada, a companhia aérea pode dar mais desconto nos preços.
“A demanda do consumidor tem um papel importante na formação de preços”, destacou.
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