Líderes mundiais estarão na Polônia nesta segunda-feira (27) para marcar o Dia da Memória do Holocausto e o 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau da Alemanha nazista.
O monarca britânico, rei Charles, o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron estão entre os participantes do evento, que começará em uma tenda erguida sobre o portão de entrada do antigo campo de extermínio.
Todos os sobreviventes restantes de Auschwitz estão convidados para as comemorações e podem trazer uma pessoa para apoio.
"Estamos totalmente cientes de quão fisicamente exigente e emocionalmente desgastante pode ser para eles comparecer ao evento de comemoração no local do antigo campo", disse o Memorial e Museu de Auschwitz em um comunicado.
Michael Bornstein, que sobreviveu por sete meses dentro do campo quando criança, expressou que "nada será fácil sobre retornar".
Um dos símbolos do 80º aniversário é um vagão de trem de carga, que será colocado diretamente em frente ao portão principal.
Ele é dedicado à memória dos aproximadamente 420 mil judeus húngaros deportados para Auschwitz.
Vítimas do genocídio
Aproximadamente 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas no campo de concentração de 1940 a 1945, muitas delas judeus, mas também outras vítimas do Terceiro Reich, incluindo poloneses, os ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos.
As Nações Unidas declararam 27 de janeiro como o Dia Internacional da Memória do Holocausto em 2005. Observado anualmente, ele marca a libertação de Auschwitz em 1945 e lembra os seis milhões de judeus que perderam as vidas sob os nazistas.
O museu diz que o evento nesta segunda-feira (27) oferece a chance de comemoração compartilhada e reflexão global.
Ele acontece em um momento de crescente antissemitismo na Europa, alimentado pelo conflito no Oriente Médio, que viu Israel lançar uma guerra em Gaza em resposta aos ataques terroristas realizados pelo grupo militante palestino Hamas em 7 de outubro de 2023.
Houve um aumento em incidentes antissemitas na Europa desde outubro de 2023, com algumas organizações da comunidade judaica relatando um aumento de mais de 400%, segundo pesquisa da Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (FRA na sigla em inglês), publicada em junho.
Dos entrevistados pela FRA, 76% dizem que escondem sua identidade judaica pelo menos ocasionalmente e 34% evitam eventos ou locais judaicos por se sentirem inseguros.
"A Europa está testemunhando uma onda de antissemitismo, em parte impulsionada pelo conflito no Oriente Médio. Isso limita severamente a capacidade do povo judeu de viver em segurança e com dignidade", declarou o diretor da agência, Sirpa Rautio.
Os eventos no Oriente Médio também provocaram um aumento nos incidentes islamofóbicos em toda a Europa, incluindo incêndios criminosos, abuso verbal e físico e ataques a mesquitas.
CNN Brasil