No começo de janeiro, o Partido Novo oficializou a candidatura do senador Eduardo Girão (NOVO-CE) à presidência do Senado. Além disso, a legenda lançou o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS) como candidato à presidência da Câmara.
Foto: O Eduardo Girão foi eleito senador pelo estado do Ceará com mais de 1,3 milhão de votos em 2018 (créditos: Andressa Anholete/Agência Senado).
As eleições para a presidência das duas casas legislativas ocorrerão neste sábado (01). No mesmo dia, haverá a escolha dos vice-presidentes, secretários e suplentes.
A candidatura do senador do NOVO é uma alternativa a de Davi Alcolumbre (UB-AP), que recebe o apoio tanto do centrão quanto do governo Lula (PT).
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Girão responde: por que você decidiu lançar a sua candidatura à presidência do Senado?
Nós estamos lançando a nossa candidatura à presidência do Senado, porque os anseios legítimos do povo brasileiro não estão representados na candidatura de Davi Alcolumbre. Uma eventual reeleição de Davi Alcolumbre seria uma tragédia para o Brasil.
Davi já foi presidente do Senado e a Casa Revisora da República entrou num processo de degradação muito grande desde aquele momento, servindo de puxadinho do STF, especialmente no aspecto de não frear os abusos de ministros do Supremo, que desrespeitam a Constituição dia sim, dia não.
E o Senado, que é o único que tem o poder constitucional para investigar ministros do Supremo, está em estado de inércia, gerando um caos institucional e insegurança jurídica. Afinal, a Casa não está se movimentando para analisar os 60 pedidos de impeachment de ministros do STF que estão parados lá.
Girão responde: o Sr. já anunciou que o impeachment do STF é a pauta mais importante para a sua candidatura à presidência do Senado. Por que considera que essa deve ser a prioridade?
A prioridade é um processo de impeachment, pelo menos um dos 60. Também é importante colocar em pauta a anistia dos presos políticos do dia 8 de janeiro.
Pessoas que estão sem absolutamente nenhum direito à defesa, ao contraditório. Essa inconstitucionalidade é cometida exatamente pelo STF.
Os advogados de defesa das vítimas não têm acesso aos autos. Se fala tanto em pacificação, mas se comete uma injustiça enorme com milhares de brasileiros em pleno século 21.
Nós temos, inclusive, jornalistas exilados, parlamentares que não podem usar as redes sociais.
Muitos dos presos no 8 de janeiro nem sequer participaram da depredação e essas pessoas estão pagando com 15, 17 anos de prisão decretada em processos sem direito a defesa ao contraditório.
O STF não era nem para estar analisando esses processos. Então, nós estamos vivendo um vilipêndio aos direitos humanos sem nenhum tipo de pudor.
Girão responde: quais outras questões você terá como prioridade como presidente do Senado?
Também vamos dar transparência total aos gastos do Senado. O orçamento da Casa é de R$ 7 bilhões e nada justifica que o pagador de impostos pague um valor tão grande. Eu já corto os privilégios como senador do nosso mandato, do nosso gabinete.
O governo Lula levou o Brasil para um abismo fiscal sem precedentes. Então, o Senado pode começar a dar o exemplo com mais austeridade. Além disso, eu pretendo tornar os processos mais democráticos dentro da Casa.
Ninguém vai sentar em cima de projetos de lei. Todo parlamentar, independente se ele é do PT, do PL, do NOVO ou qualquer outro partido, poderá escolher pelo menos um projeto para colocar em pauta uma vez por ano. Isso é a democracia representativa.
Girão responde: quais outros processos relevantes poderiam ser mudados na Casa Alta?
Vamos resgatar a Lava Jato, promover as discussões para o fim do foro privilegiado e a volta da prisão em segunda instância. Está faltando liderança junto ao presidente da Câmara para botar isso para votar lá também. Vamos discutir pautas de ordem, de interesse nacional, e não de projetos meramente pessoais, políticos ou partidários.
Girão responde: de que forma o cidadão brasileiro pode pressionar os demais senadores para que votem em você?
O voto aberto é fundamental e decisivo nessa eleição. Mas precisamos que a população, que os cidadãos que acompanham a política, que cada vez mais estão conscientes, cobrem seus representantes no Senado pelo voto aberto.
Foi assim que a gente derrubou, em 2019, o Golias da época, que era o Renan Calheiros. Agora nós precisamos derrotar o Golias da vez, que é Davi Alcolumbre. Então, é muito importante que a população se una, cobre o voto aberto e assista no dia 1 de fevereiro, um sábado, essa eleição como a final da Copa do Mundo.
Girão responde: o que você acha que o apoio do PL, um partido que se considera de direita, à candidatura de Alcolumbre, o candidato do PT, mostra sobre o Partido Liberal?
Olha, eu respeito a decisão do partido PL, mas discordo profundamente. O argumento que eles usam é de que precisam de mais espaço na mesa da presidência.
Isso é balela, porque a gente já demonstrou nesses últimos anos sem presidência de nada, que nós levamos ministros do governo Lula para dar explicação. Convocamos eles. Nós fizemos dezenas de audiências públicas indigestas para o PT e para o governo Lula. Então, conseguimos promover uma oposição organizada.
Do lado do Davi Alcolumbre está o governo Lula e o centrão. É lamentável que a gente tenha uma força importante como o PL cedendo ao sistema.
Graças a Deus a gente tem o senador Marcos Pontos, que se rebelou internamente do PL e lançou uma candidatura independente à revelia do partido. Eu acho isso muito importante. Quanto mais candidatos, melhor, porque isso tira votos do Davi Alcolumbre.
NOVO 30