Apesar das ameaças dos Estados Unidos de novas tarifas de importação, o dólar fechou a segunda-feira em leve baixa ante o real, refletindo a cautela dos agentes em relação à política comercial norte-americana e a atuação de exportadores no mercado brasileiro, vendendo moeda quando as cotações superaram os R$ 5,80.
Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial
A alta nos preços do petróleo e do minério de ferro favorecem ingressos de fluxo comercial no mercado à vista e a recuperação do real após sinais de aumento de inflação na China.
Qual é a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,12%, aos 5,7859 reais. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 6,36%.
Às 17h05 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — cedia 0,41%, aos R$ 5,8065.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,785
- Venda: R$ 5,785
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,817
- Venda: R$ 5,997
O que aconteceu com dólar hoje?
Trump disse que anunciará novas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA ainda nesta segunda-feira, bem como tarifas recíprocas na terça ou quarta, que serão aplicadas a todos os países e corresponderão às taxas tarifárias cobradas por cada nação.
Falando a repórteres no Força Aérea Um, o presidente também afirmou que anunciará tarifas recíprocas na terça ou quarta-feira que entrarão em vigor quase imediatamente, igualando as taxas cobradas por outros países sobre os EUA.
Esse foi o mais recente anúncio de Trump sobre a política comercial dos EUA, que ocorre na esteira da implementação de tarifas de 25% sobre os produtos de México e Canadá e de 10% sobre as importações da China na semana passada.
Enquanto Trump chegou a um acordo com os líderes dos dois vizinhos para suspender as taxas por um mês, em troca de medidas para endurecer o controle da fronteira com os EUA, a tarifa sobre a China segue em vigor, com as ações de retaliação de Pequim sendo ativadas nesta segunda.
O anúncio das tarifas sobre metais tem o potencial de afetar as exportações de uma série de parceiros comerciais dos EUA, incluindo Brasil, México, Canadá, Japão e União Europeia, que são produtores dos materiais visados por Trump.
Em relação às tarifas recíprocas, no entanto, o impacto é incerto, uma vez que Trump não forneceu detalhes sobre quais países buscará atingir com a medidas.
“A pressão diante da ameaça de Trump de anunciar hoje a taxação sobre as importações de aço e alumínio deixa a nossa moeda mais fragilizada”, disse Guilherme Esquelbek, gerente da mesa de câmbio da corretora Correparti.
Em meio à expectativa pelas tarifas, o dólar avançava sobre moedas emergentes, incluindo o peso mexicano e o peso chileno.
A lógica dos investidores nesse cenário, para além de abandonar ativos dos países que devem ser atingidos pelas tarifas, é de que as medidas de Trump têm potencial inflacionário, o que forçaria o Federal Reserve a manter a taxa de juros elevada por mais tempo.
Com isso, o dólar se favorece, pois o cenário contribui para o aumento dos rendimentos dos Treasuries, o que torna os ativos norte-americanos mais atrativos para investidores estrangeiros.
Na cena doméstica, a sessão era marcada pela divulgação da pesquisa Focus do Banco Central, em que o mercado elevou novamente as projeções para a inflação brasileira em 2025 e 2026.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA agora é de alta de 5,58% ao fim deste ano, de 5,51% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,30%, de 4,28% anteriormente.
Os investidores se posicionarão neste pregão para a divulgação de dados do IPCA de janeiro na terça-feira, com a projeção de economistas consultados pela Reuters de que a alta dos preços desacelere para 0,14% na base mensal, de um avanço de 0,52% em dezembro.
(Com Reuters)
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