A Beija-Flor conquistou o título de campeã do Carnaval carioca pela 15ª vez, nessa quarta-feira (5/3), após encantar a Sapucaí no segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Com o enredo Laíla de Todos os Sambas, Laíla de Todos os Santos, a escola de Nilópolis prestou uma emocionante homenagem ao icônico carnavalesco e sambista Laíla, figura fundamental na história do samba.
O desfile da escola contou a história de Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, apelidado de Laíla na infância. Ele morreu aos 78 anos, em 2021, vítima de Covid-19.
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Laíla, lenda do Carnaval carioca
Aline Massuca/MetrópolesLaíla morreu vítima da Covid-19
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Quem foi Laíla?
- O carnavalesco, reconhecido pela criatividade e personalidade marcante, iniciou a carreira no Salgueiro, na década de 1970. Logo depois, foi para escola de Nilópolis.
- Ele atuou como diretor de Carnaval da Beija-Flor por 30 anos e ficou até 2018. O sambista já conquistou mais de cinco títulos com a escola.
- Sua última experiência foi na União da Ilha, da qual se desligou após o rebaixamento da escola no desfile de 2020.
- A homenagem feita pela Beija-Flor esse ano ressaltou a espiritualidade de Laíla, que, como filho de Xangô e Iansã, era católico, umbandista, candomblecista e tinha forte conexão com o povo cigano e os pretos velhos.
O enredo também traz a conexão religiosa com o carnavalesco, que teve a carreira marcada por sempre reverenciar a força dos orixás.
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Enredo da Beija-Flor, carnavalesco morto em 2021 é visto em barracão
Laíla, que participou de 13, dos 14 títulos da Beija-Flor no Carnaval do Rio de Janeiro, será homenageado pela escola de samba no Carnaval deste ano. Apesar de ter morrido em 2021, vítima da Covid, o carnavalesco parece ainda estar presente no cotidiano da agremiação, já que há relatos de suas aparições no barracão.
O substituto de Laíla, João Vitor Araújo, jogou luz sobre os depoimentos dos trabalhadores envolvidos na construção do desfile. Segundo essas pessoas, é comum ver o antigo carnavalesco pelo local.
"Tem pessoas que já cansaram de ver o Laíla por aí. Eu não vi, não tenho essa sensibilidade, embora seja espírita. Mas tem muita gente relatando isso, pessoal que trabalha no quarto andar, no terceiro, no primeiro⦠Gente que conheceu o Laíla. E gente que não conheceu, dizendo 'Ih, esse moço da camisa [do enredo] bem estava aí outro dia’", contou, em entrevista ao Extra.
A decisão de escolher o carnavalesco como tema do enredo da Beija-Flor em 2025 aconteceu após a escola ficar de fora do desfile das campeãs de 2024. A confirmação, de acordo com João Vitor, veio por meio de um sonho. O rapaz ainda acredita que Laíla ficará "satisfeito com a homenagem".
"Saí daqui (do barracão) muito surpreso, não sei dizer o que eu sentia naquele momento, se era medo. Só sei que fui para casa bem estranho, tomei banho e fui descansar. Quando dormi, sonhei com ele, com uma camisa branca, com detalhes em verde e amarelo, que eu não sabia que ele tinha usado em 2018, porque eu não estava aqui, no arco da Apoteose, como se a Beija-Flor já tivesse desfilado. Ele olhava para mim e sorria", encerrou.
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