Trump e aliados faturaram US$ 350 milhões com memecoin, diz estudo

A memecoin associada ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria rendido cerca de US$ 350 milhões às pessoas envolvidas, segundo uma investigação do Financial Times. O valor é significativamente maior do que as primeiras estimativas sobre os lucros obtidos com a criptomoeda, que apontavam um ganho de cerca de US$ 100 milhões.

A apuração revelou que os responsáveis pela moeda digital $TRUMP venderam os primeiros 100 milhões de tokens antes de o preço alcançar US$ 1,05. Desde então, a criptomoeda atingiu um pico de US$ 75, mas já desabou 82% e atualmente é negociada na faixa de US$ 13. As carteiras ligadas a Trump ainda detêm 31 milhões de unidades da moeda, avaliadas em US$ 10,8 bilhões pelo valor de mercado atual.

Além disso, a investigação do Financial Times apontou que os responsáveis pela criptomoeda desembolsaram cerca de US$ 1 milhão para recomprar tokens ao preço de US$ 33,23 cada, numa tentativa aparente de estabilizar o valor da moeda no mercado quando seu preço caiu bruscamente logo depois que Melania Trump lançou sua própria memecoin, chamada $MELANIA.

Ainda de acordo com a publicação, cerca de 14,7 milhões de tokens $TRUMP foram enviados para 10 corretoras de criptomoedas, incluindo Binance, Bybit e Coinbase, em um movimento encarado como um indício de que os criadores podem ter se beneficiado de grandes transações enquanto a moeda ainda estava em alta.

Diferente das criptomoedas tradicionais, como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), memecoins não possuem um propósito funcional claro e dependem exclusivamente da especulação do mercado para manter seu valor. Elas costumam ser inspiradas em figuras públicas, memes populares ou elementos da cultura digital. No caso de $TRUMP, o ativo foi promovido pelo próprio ex-presidente, que incentivou seus seguidores a comprar a criptomoeda, chegando a publicar no X: "OBTENHA SUA $TRUMP AGORA”.

A estratégia não é exclusiva de Trump. O presidente da Argentina, Javier Milei, e o presidente da República Centro-Africana também já promoveram criptomoedas cujos preços despencaram logo após o lançamento, deixando milhares de investidores no prejuízo.