Um ataque aéreo israelense matou dois palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste sábado (8), disseram fontes médicas, enquanto mediadores avançavam com as negociações para estender o cessar-fogo de 42 dias acordado em janeiro entre Israel e o Hamas.
O exército israelense afirmou que sua aeronave atingiu um drone que cruzou de Israel para o sul de Gaza e “vários suspeitos” que tentaram coletá-lo no que parecia ser uma tentativa frustrada de contrabando.
O ataque ocorre um dia após uma ofensiva de drone israelense matar duas pessoas em Gaza na sexta-feira (7).
As Forças de Defesa de Israel alegaram que atacaram um grupo de supostos militantes operando perto de suas tropas no norte do território e plantando um dispositivo explosivo no solo.
Os novos ataques acontecem enquanto uma delegação do Hamas se envolve em negociações de cessar-fogo no Cairo com mediadores egípcios que têm ajudado a facilitar as negociações com autoridades do Catar, visando prosseguir para a próxima etapa do acordo, o que pode abrir caminho para o fim da guerra.
O Hamas afirmou que há “indicadores positivos” sobre o possível início das negociações para a segunda fase, sem dar mais detalhes.
“Afirmamos nossa prontidão para nos envolver nas negociações da segunda fase de uma forma que atenda às demandas do nosso povo, e pedimos esforços intensificados para ajudar a Faixa de Gaza e levantar o bloqueio sobre o nosso povo sofredor”, expressou o porta-voz do grupo, Abdel-Latif Al-Qanoua, em um comunicado.
Trégua em Gaza
O acordo de cessar-fogo no território, que entrou em vigor em janeiro, exige que os 59 reféns restantes em cativeiro do Hamas sejam libertados em uma segunda fase, durante a qual os planos finais seriam negociados para o fim da guerra.
A primeira fase da trégua terminou na semana passada, e Israel impôs um bloqueio total a todos os bens que entram no local, exigindo que o Hamas liberte os reféns restantes sem iniciar as negociações para acabar com o conflito.
Os combates foram interrompidos desde 19 de janeiro e o Hamas libertou 33 reféns israelenses e cinco tailandeses para cerca de dois mil prisioneiros e detidos palestinos.
As autoridades de Israel acreditam que menos da metade dos 59 reféns restantes continuam vivos.
O ataque israelense ao território já matou mais de 48 mil palestinos, conforme autoridades de saúde de Gaza.
Também deslocou internamente quase toda a população de Gaza e levou a acusações de genocídio e crimes de guerra que Israel nega.
O ataque começou depois que combatentes islâmicos liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, segundo contagens israelenses.
CNN Brasil