O presidente da Argentina, Javier Milei, disse em entrevista à BBC que mantém sua intenção de recuperar a soberania sobre as Ilhas Malvinas por canais diplomáticos, mas reconheceu que esse processo será lento e que pode demorar até décadas.
O presidente da Argentina, Javier Milei, disse em entrevista à BBC que mantém sua intenção de recuperar a soberania sobre as Ilhas Malvinas por canais diplomáticos, mas reconheceu que esse processo será lento e que pode demorar até décadas. Ele também elogiou a ex-primeira-ministra britânica no período da guerra, Margaret Thatcher.
"Houve uma guerra e tivemos de perder. Isso não quer dizer que você não possa considerar aqueles que estão à sua frente como pessoas que fazem bem o seu trabalho. E não admiro apenas Margaret Thatcher, admiro também Ronald Reagan, nos Estados Unidos. E admiro profundamente Winston Churchill. E qual é o problema?", perguntou à entrevistadora.
Ao responder sobre o que o fazia pensar que o Reino Unido concordaria em abrir mão de sua soberania sobre as ilhas, Milei declarou que pode ser que, hoje, eles não queiram negociar e que depois, mais tarde, o façam.
"Muitas dessas posições mudaram ao longo do tempo. (â¦) Vou tentar convencê-los de que esse território é argentino e que, de acordo com as especificações que geralmente são usadas para defini-lo dessa forma, a Argentina tem o direito e a soberania sobre as ilhas", explicou.
O presidente argentino disse ainda que se trata de uma negociação a longo prazo e que pode ser estabelecida da mesma forma como aconteceu com China e Hong Kong, ou seja, pode levar décadas. "Deve ser entendido como uma questão de Estado de longo prazo. Não vamos abrir mão da nossa soberania, mas se não for o momento de discutir isso hoje, será discutido em outro momento", admitiu.
Ele também minimizou o faro de o Ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, ter visitado as ilhas em fevereiro. "Esse território está agora nas mãos do Reino Unido. Em outras palavras, ele tem todo o direito de fazê-lo. Não tomo isso como uma provocação. Na verdade, tenho um diálogo de grande qualidade com David Cameron", afirmou.
Sobre a posição amplamente favorável de seu governo a Israel no atual conflito com o Hamas, ele preferiu não fazer críticas a possíveis excessos cometido contra a população palestina, lembrando que não há condenação formal sobre isso. Ele também afirmou que mantem a intenção de mudar a sede da embaixada argentina em Israel para a parte ocidental de Jerusalém.
Milei disse não ver nisso um risco de a Argentina se tornar um potencial alvo de ataques terroristas, até porque dois desses ataques já ocorreram em solo argentino e a ligação desses atos com o Irã foi comprovada.
"Com isso, a Argentina é um dos alvos de ataque. Segundo ponto, há outros países que expressaram posições contra Israel, posições neutras, e eles também foram atacados, então essa não é uma condição sob a qual você está exposto", ponderou.
Para ele, dada a sua forma de ver o mundo, ter uma posição diferente seria covardia. "E aqueles que são covardes são os que têm mais chances de serem vítimas do terrorismo. Porque, precisamente, o terrorismo tenta semear o terror, e quanto mais covarde for a sua atitude, mais será vítima de ataques terroristas. Estamos do lado da liberdade, do lado dos Estados Unidos, do lado de Israel e do lado da Europa Ocidental."
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