As montadoras chinesas pediram que o governo aumente as tarifas sobre carros europeus importados movidos a gasolina em retaliação às restrições da União Europeia às exportações de veículos elétricos fabricados na China, disse o jornal estatal Global Times nesta quarta-feira (19).
As montadoras chinesas pediram que o governo aumente as tarifas sobre carros europeus importados movidos a gasolina em retaliação às restrições da União Europeia às exportações de veículos elétricos fabricados na China, disse o jornal estatal Global Times nesta quarta-feira (19).
Numa reunião a portas fechadas na terça-feira (18), também com a presença de montadoras europeias, a indústria automobilística da China “pediu ao governo que adotasse contramedidas firmes e sugeriu que fosse dada uma consideração positiva ao aumento da tarifa provisória sobre carros a gasolina com motores de grande cilindrada”, de acordo com a reportagem.
A reunião, organizada pelo Ministério do Comércio da China, foi realizada em Pequim e contou com a presença de SAIC, BYD, BMW, Volkswagen e sua divisão Porsche, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto.
O principal objetivo da reunião foi exercer pressão sobre a Europa e fazer lobby contra as tarifas anunciadas pelo bloco na semana passada para proteger a sua indústria automobilística da concorrência chinesa, acrescentaram.
A reunião também contou com a presença da Mercedes-Benz , Stellantis e Renault , disseram à Reuters duas fontes distintas familiarizadas com o assunto.
O ministério não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por fax.
As montadoras europeias recusaram-se a comentar ou não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Especialistas da indústria dizem que Europa e China têm razões para querer chegar a um acordo nos próximos meses para diminuir as tensões e evitar o acréscimo de bilhões de dólares em novos custos aos fabricantes chineses de veículos elétricos.
O anúncio da imposição de tarifas poderá desencadear conversas entre Bruxelas e Pequim para evitá-las, disse Stefan Hartung, presidente-executivo da Bosch, o maior fornecedor automotivo do mundo.
A Comissão Europeia disse nesta quarta-feira que estava analisando a situação "com o objetivo de discutir se uma solução mutuamente aceitável pode ser encontrada".
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