Economia Donald Trump

Joe Biden pode ser substituído na convenção democrata? Entenda

Pânico foi a palavra mais utilizada para expressar o sentimento dentro do Partido Democrata após o debate na noite de quinta-feira (27) entre o presidente Joe Biden e seu concorrente nas eleições de novembro, o republicano e ex-ocupante da Casa Branca Donald Trump.

Por Em Sergipe

28/06/2024 às 12:00:53 - Atualizado há

Pânico foi a palavra mais utilizada para expressar o sentimento dentro do Partido Democrata após o debate na noite de quinta-feira (27) entre o presidente Joe Biden e seu concorrente nas eleições de novembro, o republicano e ex-ocupante da Casa Branca Donald Trump.

As dúvidas sobre a capacidade física e mental de Biden para um segundo mandato cresceram a ponto de se cogitar sua troca na Convenção Nacional do partido marcada para agosto. Isso é possível?

Como temiam seus apoiadores, Biden teve um desempenho fraco durante programa de uma hora e meia: disse frases incompletas, citou dados errados e teve até os momentos de pausa no raciocínio, que têm sido explorados à exaustão pela campanha de seu adversário.

Já Trump mostrou mais "energia" como disseram vários especialistas em campanhas contatados por órgãos de imprensa, algo que prevaleceu sobre o fato de ele ter se esquivado de perguntas mais difíceis ou de ter sido várias vezes acusado por Biden de mentir no debate.

O colunista do New York Times, Thomas Friedman, considerado um amigo e colaborador próximo do presidente dos EUA, escreveu hoje em artigo que essa saída deveria ser considerada. "Biden é um bom homem e um bom presidente. Ele precisa abandonar a corrida”, diz o artigo. Ele chegou a escrever que o debate o "fez chorar" e que não lembrava "de um momento mais doloroso na campanha presidencial americana" em sua vida.

Troca é possível

O fato é que lideranças democratas e outros analistas passaram a admitir a hipótese de uma troca de candidato. Pelas regras, isso seria fácil, mas envolve um acidentado caminho político.

O primeiro obstáculo é que será preciso que o próprio Joe Biden desista da campanha, algo que ele tem negado com veemência que vá fazer.

Depois, será necessário achar um nome de consenso, que não parece ser no momento a vice-presidente, Kamala Harris, embora fosse natural que Biden endossasse seu nome.

A Convenção Nacional Democrata, cerimônia formal durante a qual o partido escolhe oficialmente seu indicado, está marcada para o período de 19 a 22 de agosto, em Chicago.

Para este ano, estima-se que haja 4.672 delegados, sendo que 3.933 estão compromissados a sancionar o nome de Biden, que saiu das primárias com um vitória de 95%. Além disso, há outro 739 delegados automáticos, chamados superdelegados, que não votam num primeiro escrutínio.

Caso aconteça uma desistência, a convenção passa a ser considerada contestada ou aberta e vários candidatos podem se apresentar para votações, precisando obter um total de 2.258 votos entre todos, incluindo os superdelegados.

Novos nomes

Nesse caso, além de Kamala Harris, poderiam se apresentar pleiteantes que participaram das primárias, como o governadores da Califórnia (Gavin Newsom), de Michigan (Gretchen Whitmer), da Pensilvânia (Josh Shapiro), de Illinois (J. B. Pritzker) e o deputado da Califórnia, Ro Khanna.

Mas a AP destaca nada impede que outros concorrentes que tentaram a indicação do partido em 2020 se apresentem, como os senadores Bernie Sanders (Vermont), Elizabeth Warren (Massachusetts) e Amy Klobuchar (Minnesota), além do secretário de Transportes, Pete Buttigieg.

O site Politico, por sua vez, lembra que qualquer uma das estrelas em ascensão dos democratas seria uma possibilidade, mas a inclusão de Newsom é particularmente improvável. Uma chapa Harris-Newsom, por exemplo seria inelegível para os 54 votos eleitorais da Califórnia, uma vez que ambos são do mesmo estado. Assim, ambos precisariam mudar de residência.

Os dois aproveitaram para sair em defesa de Biden após o debate. A vice-presidente Kamala Harris admitiu que Biden teve um “início lento”, mas argumentou que seu histórico de três anos e meio como presidente superava um evento de 90 minutos. Já Newsom se apressou em descartar a noção de que Biden poderia ser substituído.

Além da manutenção de Biden na cabeça da chapa, outro temor dos democratas é chegar à Convenção divididos, como aconteceu em 1968, quando o senador Robert Kennedy (que acabou assassinado), o vice-presidente Hubert Humphrey e Eugene McCarthy fizeram uma ferrenha disputa, que acabou por favorecer a vitória do republicano Richard Nixon.

O Financial Times, por sua vez, destaca em reportagem que a última vez que alguém defendeu uma convenção contestada foi Ted Kennedy, em 1980. Embora tenha perdido as primárias para o incumbente Jimmy Carter no início de junho, Kennedy quase conseguiu transformar a convenção de agosto de Nova York em uma convenção aberta.

(Com Reuters)

Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

Em Sergipe

© 2024 2024 - EmSergipe - Todos os direitos reservados
WhatsApp: 79 99864-4575 - e-mail: [email protected]

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Em Sergipe