Alemanha prende cinco suspeitos por crimes de guerra na Síria

A polícia alemã prendeu quatro palestinos sírios apátridas e um cidadão sírio suspeitos de cometer crimes contra a humanidade e crimes de guerra na Síria há cerca de 10 anos, disseram os promotores.

Os homens, identificados de acordo com as leis de privacidade alemãs apenas como Jihad A., Mahmoud A., Sameer S. e Wael S., são suspeitos de terem sido afiliados à milícia armada Movimento Palestina Livre na Síria. Suspeita-se que Mazhar J. tenha sido oficial de inteligência sírio, disseram os promotores em comunicado nesta quarta-feira (3).

“Os indivíduos… são fortemente suspeitos de matar e tentar matar civis (o que) foi qualificado como crime contra a humanidade e crime de guerra”, afirmou o comunicado.

Jihad A., Mazhar J. e Sameer S. foram presos em Berlim, Mahmoud A. em Frankenthal, no estado da Renânia, no sudoeste, e Wael S. no estado de Mecklenburg Vorpommern, no nordeste, disseram os promotores.

Os indivíduos são suspeitos de participar numa repressão violenta de um protesto pacífico antigovernamental em Al Yarmouk, em julho de 2012, no qual manifestantes civis foram alvejados. Seis pessoas morreram e outras ficaram gravemente feridas, disseram os promotores.

Os supostos membros da milícia também são acusados de socar e chutar civis entre 2012 e 2014 em postos de controle e espancá-los com coronhas de rifle, segundo os promotores.

Um indivíduo foi entregue ao Serviço de Inteligência Militar Sírio para ser preso e torturado, disseram. Além disso, um dos suspeitos teria entregado às autoridades três pessoas mortas numa execução em massa de 41 civis em abril de 2013.

As detenções foram feitas graças às leis de jurisdição universal da Alemanha, que permitem aos tribunais processar crimes contra a humanidade cometidos em qualquer parte do mundo. As autoridades coordenaram com a Suécia uma investigação conjunta.

A procuradoria sueca afirmou num comunicado separado que prendeu três pessoas na Suécia por crimes contra o direito internacional cometidos na Síria em 2012.