Um dia após atingir novo recorde, o dólar comercial opera com forte baixa perante o real nesta quarta-feira (3), em meio à expectativa pela reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da área econômica para tratar do câmbio e da situação fiscal, enquanto no exterior o dólar também sustenta baixas ante a maior parte das demais divisas.
Um dia após atingir novo recorde, o dólar comercial opera com forte baixa perante o real nesta quarta-feira (3), em meio à expectativa pela reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da área econômica para tratar do câmbio e da situação fiscal, enquanto no exterior o dólar também sustenta baixas ante a maior parte das demais divisas.
Além disso, segundo Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX, dados positivos do PMI de serviços por aqui contribuem para a queda da moeda americana.
Na véspera, em meio a rumores de que o Banco Central estaria consultando as Tesourarias de bancos sobre eventual intervenção no câmbio, o dólar à vista chegou a amenizar os ganhos, mas ainda assim terminou a sessão em alta de 0,22%, cotado a R$ 5,6665 na venda, o maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022.
Nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a diretoria do Banco Central tem autonomia para atuar no câmbio como entender conveniente e que não há orientação contrária. Em entrevista a jornalistas no Planalto após evento do lançamento do Plano safra para a Agricultura Familiar deste ano, Haddad disse acreditar que o dólar vai se acomodar e também que a responsabilidade fiscal é um compromisso de vida pública do presidente Lula.
Às 14h08, o dólar comercial caía 2,17%, a R$ 5,542 na compra e R$ 5,542 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto opera com baixa de 2,19%, a 5,572 pontos.
Leia mais: Especulação? As narrativas de Lula e BC sobre salto do dólar – e o impacto no mercado
O Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão realizado nesta manhã para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. Por enquanto, nenhuma operação extra foi anunciada pelo BC para esta quarta-feira, apesar dos rumores da véspera de que a instituição estaria consultando as tesourarias.
Nos últimos dias, o dólar subiu forte ante o real devido a incerteza dos agentes do mercado com a trajetória fiscal do Brasil. A preocupação é com o risco de esse movimento respingar na economia real, encarecendo produtos e levando o Banco Central a precisar aumentar a taxa Selic, hoje em 10,50% ao ano, para conter a inflação.
Em meio à pressão de alta para o dólar, Lula vai se reunir às 16h30 com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, entre outros. Na terça-feira, Lula já havia anunciado este encontro que tratará do câmbio. Segundo ele, o governo fará “alguma coisa”.
Em função da fala de Lula, na véspera o mercado chegou a cogitar a possibilidade de o governo alterar a dinâmica do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em negociações com a moeda norte-americana — algo que já foi feito no passado –, mas Haddad negou a possibilidade.
Enquanto aguarda os desdobramentos da reunião da tarde, o mercado vai acompanhar novos discursos do presidente Lula em eventos do Plano Safra. A percepção é de que quanto menos Lula abordar a questão do câmbio ou o trabalho do Banco Central, melhor para as cotações.
Isso porque os ataques constantes de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e ao nível da taxa Selic, hoje em 10,50%, têm gerado ainda mais pressão para os mercados de câmbio e juros futuros, dizem analistas.
Enquanto isso, nos EUA, a pesquisa ADP apontou para criação de 150 mil vagas no setor privado, abaixo dos 160 mil previstos pelo consenso da Reuters.
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