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Boulos é confirmado sob a bênção de Lula; prefeitos de BH e Rio se lançam à reeleição

O primeiro fim de semana das convenções partidárias, para a disputa das eleições municipais deste ano, foi marcado pela confirmação de candidaturas competitivas em três dos maiores e mais importantes colégios eleitorais do país: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).

Por Em Sergipe

22/07/2024 às 10:18:36 - Atualizado há

O primeiro fim de semana das convenções partidárias, para a disputa das eleições municipais deste ano, foi marcado pela confirmação de candidaturas competitivas em três dos maiores e mais importantes colégios eleitorais do país: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).

No sábado (20) e domingo (21), pelo menos 12 das 27 capitais brasileiras tiveram convenções que definiram, oficialmente, candidatos para o pleito de outubro. O primeiro turno da eleição de 2024 está marcado para o dia 6 de outubro; o segundo ocorrerá no dia 27.

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Além de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, outras 9 capitais tiveram eventos que sacramentaram candidaturas para as disputas municipais: Florianópolis (SC), Recife (PE), Maceió (AL), Teresina (PI), Vitória (ES), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS).

As convenções partidárias são reuniões de filiados a um determinado partido político nas quais são escolhidos candidatos e candidatas para concorrer aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

Evento previsto no calendário eleitoral, as convenções partidárias são reuniões de filiados a uma determinada agremiação para julgamento de assuntos de interesse do grupo e podem acontecer até o dia 5 de agosto. Definidas as candidaturas, as legendas têm até o dia 15 de agosto para solicitar à Justiça Eleitoral o registro dos nomes selecionados.

São Paulo

Na maior cidade do Brasil, o destaque do primeiro fim de semana de convenções foi a oficialização da candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura, tendo a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) como candidata a vice.

O encontro foi realizado no sábado (20) e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um dos principais entusiastas da aliança em torno de Boulos. Ao discursar na convenção do PSOL, Lula afirmou que o parlamentar é "a única possibilidade dessas eleições" para o povo mais pobre da capital paulista, "sobretudo da periferia".

“Você pode ter certeza de que conta com o meu apoio em qualquer momento. Não se deixe levar pelas mentiras, não aceite provocações”, aconselhou Lula, dirigindo-se a Boulos.

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“Você transmite a verdade não apenas pelas palavras. Ela está no brilho dos seus olhos. Eu estou convencido de que você está predestinado a ser o futuro prefeito de São Paulo”, disse o petista.

Lula afirmou, ainda, que os partidos que apoiam a candidatura de Boulos têm de deixar claro à população paulistana “quem está com os outros candidatos”. O presidente da República espera que a eleição em São Paulo reedite a polarização nacional – o principal adversário de Boulos é o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a mais recente pesquisa divulgada pelo Datafolha, Boulos e Nunes estão tecnicamente empatados na liderança da corrida eleitoral: o prefeito tem 24% das intenções de voto, e o deputado, 23%. Na simulação de segundo turno, entretanto, Nunes aparece à frente.

A importância dada pelo governo Lula à eleição em São Paulo é tamanha que, além do presidente, seis ministros compareceram à convenção do PSOL na capital paulista – entre eles, Fernando Haddad (Fazenda). A deputada federal Luiza Erundina (PSOL) e a ex-prefeita Marta Suplicy, vice de Boulos, também discursaram no evento.

Erundina, Marta e Haddad foram os três prefeitos de esquerda eleitos pela população paulistana – em 1988, 2000 e 2012, respectivamente, todos pelo PT.

União Brasil sem definição

Além da convenção do PSOL, o União Brasil também realizou seu encontro, no sábado (20), mas não anunciou nenhuma definição em relação à candidatura nas eleições de outubro.

A legenda ainda não decidiu se apresentará uma candidatura própria à sucessão de Ricardo Nunes ou se apoiará algum candidato. Nessa segunda hipótese, a alternativa mais provável é a aliança com o próprio prefeito, mas existe uma possibilidade de o partido caminhar com o empresário e influenciador digital Pablo Marçal (PRTB).

Caso opte pela candidatura própria, dois nomes são cotados no União Brasil. O deputado federal Kim Kataguiri chegou a se apresentar como pré-candidato e participou de alguns debates, sabatinas e entrevistas, mas não decolou nas pesquisas – aparecia com apenas 3% das intenções de voto no último Datafolha. Ele diz que ainda não desistiu da disputa.

Nos últimos dias, líderes do União Brasil lançaram, de forma extraoficial, o nome do vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo e principal nome da legenda na cidade. Leite não confirma a intenção de se candidatar e segue negociando com Nunes.

O União Brasil se irritou com o prefeito após a escolha do ex-coronel da Polícia Militar e ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Ricardo Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro, como vice na chapa do emedebista.

Após uma reunião com Nunes, na semana passada, Leite admitiu que a relação "melhorou 90%". A decisão final sobre o caminho escolhido pelo União Brasil será tomada pela executiva municipal.

Ainda em São Paulo, no domingo (21), o Partido Novo oficializou a candidatura da economista Marina Helena à prefeitura. Ela terá como vice na chapa o coronel da PM Reynaldo Priell Neto.

Marina Helena apareceu com 5% das intenções de voto na última pesquisa do Datafolha, em sexto lugar, atrás de Nunes, Boulos, José Luiz Datena (PSDB), Marçal e Tabata Amaral (PSB).

Rio de Janeiro

Apontado como franco favorito a conquistar mais um mandato como prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) foi confirmado como candidato à reeleição na "cidade maravilhosa", em convenção realizada no sábado (20).

Aprovado pela maioria da população, Paes está em seu terceiro mandato como prefeito do Rio – também governou a cidade entre janeiro de 2009 e dezembro de 2016.

Segundo o Datafolha, Paes lidera com folga a corrida eleitoral no Rio, com 53% das intenções de voto, bem à frente do segundo pelotão, formado por nomes como Tarcísio Mota (PSOL) e Alexandre Ramagem (PL), que oscilam entre 7% e 9%.

Contando com o apoio do presidente Lula, Paes ainda não anunciou o nome de seu candidato a vice nas eleições de outubro. Há uma disputa grande entre os aliados, e o PT espera conseguir indicar o companheiro de chapa do prefeito. A preferência de Paes, no entanto, é por uma chapa "puro-sangue" com o deputado federal Pedro Paulo ou o deputado estadual Eduardo Cavaliere, ambos do PSD.

Nos bastidores, comenta-se que Eduardo Paes, caso reeleito, pode deixar a prefeitura do Rio no meio do mandato para concorrer ao governo do estado. Nesse caso, ele gostaria de deixar um aliado e fiel escudeiro no comando da administração.

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Belo Horizonte

Também no sábado (20), o PSD confirmou a candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Ele é o primeiro nome oficializado na disputa pela sucessão na capital mineira. O indicado a vice será do União Brasil, mas o nome ainda não foi definido.

No início do mês, Noman anunciou que está fazendo tratamento contra um câncer. O prefeito, de 77 anos, foi diagnosticado com um linfoma não Hodgkin (LNH) – que tem origem nas células do sistema linfático. O prefeito já passou por cirurgia.

“Estou pronto para enfrentar essa batalha. Tenho uma equipe muito importante trabalhando na campanha e tenho uma equipe médica muito competente me protegendo contra esta doença que apareceu", disse Noman.

Eleito vice-prefeito de Belo Horizonte em 2020, na chapa liderada por Alexandre Kalil (PSD), Fuad Noman foi secretário municipal da Fazenda até 2022, quando assumiu a prefeitura após a renúncia de Kalil – que deixou o cargo para concorrer ao governo de Minas (acabou derrotado por Romeu Zema, governador reeleito).

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