A turbulência dos últimos dias que afetou ativos de risco e ações ligadas à tese de inteligência artificial abriu oportunidades dentro das Bolsas, segundo gestores.
A turbulência dos últimos dias que afetou ativos de risco e ações ligadas à tese de inteligência artificial abriu oportunidades dentro das Bolsas, segundo gestores. No entanto, eles ainda não estão comprando. Segundo apurou o InfoMoney, algumas casas preferiram adotar cautela, e aproveitaram a aproximação das eleições americanas para ajustar a carteira com foco em proteger e diversificar os portfólios.
Na Western Asset, a escolha foi por diminuir a alocação em Nvidia (NVDC34), que era a maior da carteira, conforme explica Maurício Lima, superintendente de produtos da casa.
Com foco em diversificar a exposição ao setor de IA, a casa também optou por deter uma posição na Accenture (ACNB34). “É uma forma de nos expormos ao crescimento da inteligência artificial sem ficar exposto a produtores de chip, como a Nvidia. Não adianta só comprar o chip, você precisa colocá-lo para funcionar, mudar processos”, lembra o executivo.
Temores em torno de regras comerciais mais duras para controlar a indústria de chips em um eventual governo de Donald Trump também fizeram a Genial Investimentos diminuir alocações em empresas grandes do setor, como Nvidia e TSMC.
“Apesar de vislumbrarmos um bom momento operacional de curto prazo para ambas, a imprevisibilidade sobre como essas discussões irão se desenvolver, nos faz acreditar que poderíamos ver algum de-rating [ajuste para baixo nos múltiplos] temporário nesses ativos”, avalia Bernardo Roque, co-gestor dos fundos de renda variável da Genial Investimentos.
Com o caixa mais cheio, o profissional aproveitou o momento para ampliar a posição em Meta Platforms (M1TA34), montada pouco antes da divulgação dos resultados da companhia, que aconteceu no fim de julho. Ações de empresas como o banco Wells Fargo (WFCO34) e da seguradora de saúde UnitedHealth Group Inc (UNHH34) também foram adicionadas à carteira, de olho em acrescentar papéis que poderiam se beneficiar de uma agenda regulatória doméstica mais flexível nos Estados Unidos.
Já Leonardo Otero, gestor e sócio-fundador da Arbor Capital, diz que a casa que não tem o costume de mudar muito o tamanho das posições ao longo do tempo, mas ressaltou que a queda recente deixou algumas ações bem atrativas, como Taiwan Semiconduc Manufact Co Lt. (TSMC34), Amazon (AMZO34), Booking Holdings Inc (BKNG34) e Apollo Global Management. Desde o início de julho até a última segunda-feira (5), as perdas em alguns desses papéis chegaram a 17%.
“É natural que o mercado passe por correções. É sempre chato. Mas, se parar por aqui, não acho que seja incomum. É cedo para ser catastrofista”, observou Otero.
Entre as ações que foram bastante penalizadas recentemente estão as da Amazon. A reprecificação dos papéis da varejista foi impulsionada por um balanço que trouxe resultados mistos de alguns indicadores, mas que Otero leu como “razoável”. “Essas reações abruptas após resultados, normalmente, dizem mais sobre o nervosismo do mercado do que sobre o balanço em si”, ponderou.
Investidores levaram em consideração a surpresa negativa com a receita e um guidance para o 3º trimestre abaixo do esperado, embora o lucro por ação tenha sido maior do que a expectativa do consenso de analistas consultados pela Bloomberg.
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