As ações da Petz (PETZ3) sobem forte após a queda da véspera repercutindo o resultado do segundo trimestre e com o fechamento de acordo para a combinação de negócios com a Cobasi.
As ações da Petz (PETZ3) sobem forte após a queda da véspera repercutindo o resultado do segundo trimestre e com o fechamento de acordo para a combinação de negócios com a Cobasi. Às 10h20 (horário de Brasília), em meio a diversos leilões, os papéis saltavam 21,74%, a R$ 4,20, na sessão desta sexta-feira (16). As ações encerraram a sessão com alta de 10,14%, a R$ 3,80.
As redes de varejo de produtos e serviços para animais de estimação anunciaram nesta sexta-feira que assinaram acordo para uma combinação de suas operações, que criará a maior empresa no setor no país, unindo as duas companhias que já lideram o segmento.
O acordo prevê que a Petz será uma subsidiária integral da Cobasi e que os acionistas da Petz terão 52,6% da empresa combinada, segundo o fato relevante ao mercado.
O conselho de administração do grupo combinado, que será listado no Novo Mercado, terá nove membros, sendo cinco indicados pelos controladores da Cobasi e o restante pelo acionista de referência da Petz, Sergio Zimerman.
As duas redes anunciaram em abril memorando de entendimento não vinculante para combinação dos negócios.
Pelo acordo, os acionistas da Petz receberão R$ 400 milhões, sendo R$ 130 milhões em dividendos a serem distribuídos pela empresa antes do fechamento da operação e o restante a ser pago “pro rata” de acordo com a participação dos acionistas no capital da companhia. Esta parcela de R$ 270 milhões será paga em até 15 dias úteis do fechamento da transação por meio de resgate de ações preferenciais da nova empresa.
Segundo a Petz, a assinatura do acordo é baseada na premissa de que a incorporação de ações não vai gerar Imposto de Renda sobre ganho de capital. Caso o entendimento da Receita Federal seja diferente, e o acionista resolva abrir ação judicial, a empresa combinada vai conceder empréstimo no valor do imposto devido que está sendo questionado judicialmente, segundo o fato relevante.
A união de Petz e Cobasi, que vai precisar de aprovação de órgãos de defesa da concorrência, algo previsto para ocorrer em 2025, vai criar uma companhia com receita bruta ao redor de R$ 7 bilhões, com cerca de 11% de participação de mercado, 494 lojas em mais de 140 cidades e 20 marcas próprias de produtos.
A empresa combinada nascerá com dívida líquida de R$ 194 milhões, com Zimmerman como presidente do conselho de administração e Paulo Nassar, da Cobasi, como presidente-executivo.
O resultado operacional medido pelo Ebitda das duas empresas somou no ano passado R$ 464 milhões e a expectativa a união gere um valor incremental de R$ 220 milhões a R$ 330 milhões por ano na forma de sinergias.
Na véspera, as ações da Petz fecharam a R$ 3,45, dando à companhia um valor de mercado de R$ 1,6 bilhão. Em 2024, os papéis acumulam queda de 12,6%. No IPO, em 2020, as ações saíram a R$ 13,75.
Para analistas, a fusão representa potenciais sinergias a serem capturadas. Na visão de analistas do Goldman Sachs, as sinergias tem relação com venda cruzada de marcas próprias e serviços, otimização do plano de expansão de lojas, ganhos com eficiência e alavancagem de administração corporativa.
“A empresa produto da fusão terá uma rede de 483 lojas, com o comunicado indicando uma receita bruta pró-forma de 2023 de R$6,9 bilhões e um EBITDA ajustado pré-IFRS16 de R$464 milhões, implicando uma margem combinada de 6,7%”, afirmam analistas.
O JPMorgan destacou que R$ 130 milhões dos R$ 400 milhões que serão pagos aos acionistas como dividendos na operação virão da Petz através de dividendo extraordinário antes do fechamento da transação. O resto, R$ 270 milhões, serão, de fato, pagos pela Cobasi. Os analistas ressaltam que a reação positiva do mercado era esperada, considerando que havia ceticismo no mercado sobre a concretização do negócio.
(Com Reuters)
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