Economia Política

"Combustível do futuro": Petrobras diverge de mudanças no projeto, diz jornal

Depois da crise envolvendo a não distribuição de dividendos extraordinários aos seus acionistas, a Petrobras pode entrar em nova rota de colisão com o governo federal por causa do projeto de lei do "combustível do futuro", aprovado com ampla margem de votos pela Câmara dos Deputados.

Por Em Sergipe

20/03/2024 às 09:42:29 - Atualizado há

Carro híbrido oferece modelo de transição inovador, dizem Renan Filho e Jardim

Ministro dos Transportes e deputado relator do projeto do “combustível do futuro” discutiram transição energética em evento em Brasília

A legislação permitirá que empresas apliquem percentuais maiores, desde que obtenham autorização junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Também será implementado um sistema de rastreabilidade do biodiesel para garantir sua qualidade.

O texto fixa, ainda, em 27% o percentual obrigatório de mistura do etanol à gasolina, além de permitir ao Poder Executivo elevar o teor até 35% – desde que haja viabilidade técnica comprovada. Hoje, o teto da mistura é de 15%, índice que será alcançado em março de 2025. No dia 1º de março, passou a ser adotada a mistura de 14% do biocombustível. O percentual aumentará, gradativamente, até chegar a 20% em 2030.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, a Petrobras fez alertas, durante a tramitação do projeto na Câmara, sobre o eventual aumento de custos e preços que deve acompanhar o aumento da mistura. A companhia também alegou que perderá mercado no diesel, justamente em um momento no qual a empresa anuncia novos investimentos em refino.

De acordo com o jornal, a Petrobras também teria tentado incluir o diesel coprocessado no projeto de lei, mas não obteve êxito. Essa categoria do combustível é menos poluente e processada na refinaria juntamente com óleos vegetais e diesel de origem fóssil.

Após ver a maioria de seus pleitos ser rechaçada na Câmara, a Petrobras trabalha, agora, para que o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) seja escolhido o relator do projeto no Senado e dê vazão aos pontos defendidos pela estatal.

A articulação estaria sendo liderada pessoalmente pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, que foi senador na última legislatura. A avaliação da direção da empresa é a de que Veneziano é mais aberto ao diálogo – ele herdou o comando da da Frente Parlamentar da Energia Renovável, que era liderada por Prates enquanto parlamentar.

Até a semana passada, o nome mais cotado para ser relator do projeto do "combustível do futuro" era o do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), atual presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

A Petrobras não se manifestou oficialmente sobre o assunto até o momento.

Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

Em Sergipe

© 2024 2024 - EmSergipe - Todos os direitos reservados
WhatsApp: 79 99864-4575 - e-mail: [email protected]

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Em Sergipe