O chefe militar de Israel disse às tropas na quarta-feira (25) que seus ataques aéreos no Líbano tinham como objetivo destruir a infraestrutura do Hezbollah, grupo militante armado libanês, e abrir caminho para uma possível incursão terrestre das forças israelenses.
O chefe militar de Israel disse às tropas na quarta-feira (25) que seus ataques aéreos no Líbano tinham como objetivo destruir a infraestrutura do Hezbollah, grupo militante armado libanês, e abrir caminho para uma possível incursão terrestre das forças israelenses.
"Vocês ouvem os jatos sobrevoando; estamos atacando o dia todo", disse o chefe militar de Israel, Herzi Halevi, às tropas enquanto visitava a fronteira norte do país com o Líbano.
"Isto serve tanto para preparar o terreno para a sua possível entrada como para continuar a degradar o Hezbollah."
O objetivo da incursão é permitir que dezenas de milhares de israelenses que foram deslocados pelo fogo na fronteira no norte do país retornem para suas casas, disse Halevi.
"Para conseguir isso, estamos preparando o processo de uma manobra", ele disse. "Isso significa que suas botas militares, suas botas de manobra, entrarão em território inimigo, entrarão em vilas que o Hezbollah preparou como grandes postos militares avançados."
Entrar no Líbano "mostrará a eles o que significa enfrentar uma força profissional, altamente qualificada e experiente em batalha", disse Halevi.
É a segunda vez nesta quarta-feira que um importante general israelense diz que uma operação terrestre pode ser iminente. O principal general de Israel no norte, Ori Gordin, pontuou que os militares "devem estar totalmente preparados para manobras."
Os comentários foram feitos depois que Israel intensificou seus ataques aéreos no Líbano e derrubou um míssil que o Hezbollah disse ter como alvo a sede do Mossad, a agência de inteligência de Israel, perto de Tel Aviv — a primeira vez que o grupo militante apoiado pelo Irã tentou atacar tão profundamente o território israelense.
O chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que o Líbano está "à beira do abismo", pedindo a Israel e ao Hezbollah que "parem com a matança e a destruição". Ele disse que o país estava passando pelo seu período mais sangrento "em uma geração" desde que o conflito se intensificou.
Juntando-se à iniciativa para evitar a eclosão de uma guerra regional, os EUA e 10 de seus aliados pediram um cessar-fogo de 21 dias na fronteira entre Israel e Líbano.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, pediu nesa quarta-feira (25) ao Conselho de Segurança da ONU que pressionasse Israel por "um cessar-fogo imediato em todas as frentes".
Questionado se um cessar-fogo pode ser alcançado em breve, Mikati disse à Reuters: "Espero que sim".
O primeiro-ministro libanês acrescentou ao Conselho de Segurança que Israel está violando a soberania do Líbano com os ataques.
Na esperança de evitar uma guerra generalizada a partir do confronto entre as Forças de Defesa de Israel (FDI) e o Hezbollah, diplomatas e líderes reunidos em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas passaram dois dias trabalhando apressadamente para garantir um plano que interrompesse os combates e desse espaço para a diplomacia se consolidar.
Israel e o Hezbollah ainda não chegaram a um acordo, mas autoridades dos EUA disseram que ambas as partes estavam "familiarizadas" com os contornos da proposta e expressaram otimismo de que o momento era certo para que ela fosse revelada publicamente.
O número de mortos no Líbano após ataques aéreos israelenses na quarta-feira mataram 81 pessoas. Ao menos 403 outros ficaram feridos no ataque.
Dois dias antes, na segunda-feira, uma ofensiva aérea de Israel deixou 492 pessoas mortas no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. Entre os mortos estão 35 crianças e 58 mulheres, ainda segundo o ministério, após os ataques em andamento em Becá e Baalbek, no sul do país.
O ministério disse que pelo menos 1.645 pessoas ficaram feridas. "Deixe-me ser claro: o Hezbollah é responsável por esta situação", disse Daneil Hagari, porta-voz das FDI.
Além dos mortos, mais de 90.000 pessoas foram recentemente deslocadas no Líbano, de acordo com a ONU. Algumas dessas pessoas “provavelmente” incluirão aquelas que fugiram de suas casas desde que Israel e o Hezbollah trocaram tiros após os ataques do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel no ano passado.
Desde terça-feira, pelo menos 6.697 libaneses e 17.850 sírios cruzaram a fronteira para a Síria. Muitos fugitivos não têm planos concretos depois de cruzarem, alertou um porta-voz da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para o Oriente Médio.
A Síria formou uma "sala de operações" para ajudar os milhares de sírios e libaneses que cruzam para o país.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o Hamas não se envolveu nas negociações de cessar-fogo e de reféns nas últimas semanas.
Ele novamente argumentou que havia poucas questões que precisavam ser resolvidas no potencial acordo. Nos últimos dias, autoridades seniores dos EUA pararam em grande parte de fazer um esforço vigoroso nas negociações de cessar-fogo, disseram fontes à CNN, tendo determinado que atualmente não há vontade política de nenhum dos lados — Hamas ou Israel — para acabar com o conflito.
Famílias de reféns mantidos em Gaza disseram que temem que os combates entre Israel e o Hezbollah possam “ofuscar” a situação de seus entes queridos.
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas de Israel criticou duramente o Primeiro Ministro Benjamin de Israel, Benjamin Netanyahu, por não mencionar aqueles que ainda estão mantidos em Gaza, em seu discurso sobre o Líbano, chamando isso de “um flagrante e total desrespeito pela existência dos reféns” ainda no enclave.
(Com informações de Lauren Izso e Mohammed Tawfeeq, da CNN)
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