O terceiro bloco do debate da TV Bandeirantes para a Prefeitura de São Paulo entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foi marcado por discussões sobre a saúde e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é apoiador do atual prefeito.
O terceiro bloco do debate da TV Bandeirantes para a Prefeitura de São Paulo entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foi marcado por discussões sobre a saúde e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é apoiador do atual prefeito.
O encontro nesta segunda-feira (14) foi o primeiro do segundo turno em que os dois candidatos estiveram presentes.
De acordo com as regras assinadas por representantes dos partidos, no terceiro bloco, Nunes e Boulos outro enfrentamento direto, com 12 minutos disponíveis para usarem como quiserem, assim como no primeiro bloco.
Posteriormente, aconteceram as considerações finais.
Boulos voltou ao bloco perguntando se Nunes toparia a abrir seu sigilo bancário e de suas empresas.
O prefeito afirmou que não deve nada para ninguém e que era cristão e temente a Deus, e que sua vida era de “correção” e que durante toda sua vida combateu a corrupção.
“Tenho absolutamente nada de errado na minha vida”, disse Nunes.
O candidato do PSOL voltou a afirmar que Nunes era investigado pela “máfia das creches”, por obras sem licitação, superfaturamento de água e de marmita. E voltou a perguntar: “Você abre seu sigilo bancário?”
Segundo o prefeito, suas contas já são abertas e que Boulos queria criar um “factoide”. E, posteriormente, perguntou a opinião de Boulos sobre impostos e que ele não tinha experiência e nunca governou nada. E que seu partido era a favor do aumento dos impostos.
“No meu governo não vai ter um aumento de imposto”, afirmou Boulos a Nunes.
Boulos mudou de assunto e perguntou a Nunes se que quem vai hoje nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) encontra remédios.
Nunes disse que sim, afirmando que o orçamento da saúde foi aumentado de R$ 10 bilhões para R$ 21 bilhões. E que foram entregue 19 UBSs em seu mandato e que mais duas serão inauguradas.
Boulos disse que a experiência de quem deixou a cidade três anos abandonada ele queria para longe dele.
E começou a falar com a população, perguntando se realmente os remédios eram encontrados. “O que eu mais ouço na cidade é que na UBS nem dipirona tem”, citou o candidato do PSOL.
Nunes atacou o PSOL e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, que, em suas palavras, teve 75% de rejeição. Rodrigues ficou em terceiro no primeiro turno, com 9,78% e não avançou ao segundo turno. A partir disso, falou que a legenda de Boulos não sabe administrar.
Para Boulos, Nunes vive em “uma cidade da fantasia” e que a população sabe o que realmente acontece.
“O que está em jogo nessa eleição é deixar como está ou mudar”, disse Boulos. “Para ele não tem fila na saúde, para ele tem remédio na UBS”, prosseguiu em referência ao prefeito.
Boulos perguntou porque as pessoas estão esperando cinco ou seis meses para tratar câncer.
De acordo com Nunes, o tratamento oncológico não compete a prefeitura e que após a morte do ex-prefeito Bruno Covas por câncer, de quem ele era vice, foi inaugurado um centro público para tratamento da doença na cidade.
Depois, o candidato do PSOL disse que Nunes negou por “politicagem” ceder um terreno para o Hospital do Câncer com o dinheiro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ele ter se aliado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Nunes, o terreno foi concedido e que o Tribunal de Contas estava pedindo um ajuste para contrapartidas para a prefeitura. E ainda afirmou que não mistura as coisas e que o interesse da cidade está em primeiro lugar.
O candidato do PSOL questionou uma fala de Nunes de que Bolsonaro havia feito tudo certo na pandemia.
Nunes afirmou que na pandemia muita gente errou e acerto. E que a cidade de São Paulo se tornou a capital mundial da vacina. Que não faltou enfermaria e oxigênio. E que as vacinas enviadas pelo governo federal foram distribuídas nas UBSs.
“E a gente lamenta infelizmente tantas pessoas que morreram”, afirmou Nunes.
Por sua vez, Boulos disse que iria subir em suas redes sociais um vídeo do prefeito falando que Bolsonaro fez tudo certo na pandemia.
E fez um novo questionamento: “Você declarou agora, nessa eleição, pouco antes do primeiro turno, que se arrepende de ter sido a favor da obrigatoriedade da vacina. Você nesse segundo turno continua contra a vacina ou já mudou de posição de novo?"
Nunes disse que o candidato do PSOL está mentindo e que a sua fala era sobre a questão de obrigatoriedade do “passaporte da vacina”.
“O que eu falei, e a gente tem que ter a humildade de ver quando a gente acerta e quando a gente erra, é de obrigar o passaporte da vacina. A vacina não, a vacina as pessoas têm que tomar. A questão que eu falei é do passaporte. Imagine você ter que ter um documento para ir numa missa, num culto, ter que apresentar documento para entrar num restaurante, isso que eu acho que não tem sentido”, explicou o prefeito.
Boulos voltou a trazer uma fala do vice na chapa de Nunes, Coronel Mello Araújo (PL), de que o tratamento da polícia na periferia deveria ser diferente do que em bairros nobres.
Nunes defendeu Mello Araújo e disse que por mais de 30 anos ele saiu de casa para defender a população de São Paulo. Ainda disse que ele é “rasgado de ponta a ponta” após ser atingido por uma madeira durante um salvamento de uma criança afogada.
E ainda afirmou que Boulos não gosta de polícia.
Segundo o candidato do PSOL, quem corre de polícia “é quem está na máfia de creche”. E ainda disse que queria saber da família das pessoas que Mello Araújo matou enquanto esteve na Rota.
Segundo o prefeito, ele vem da periferia e não se mudou para lá “por oportunismo”, em referência a Boulos, que agora mora no bairro do Campo Limpo. E que a questão levantada por Boulos “não existe” e que se seu candidato a vice não responde por nenhum inquérito.
De acordo com Boulos, o prefeito não respondeu a sua pergunta porque deve concordar com a afirmação. E que iria dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana. E que vai “tratar igual quem mora na periferia e nos Jardins”.
Nunes abriu as considerações finais agradecendo a população que acompanhou ao debate. E que ficou muito claro que tem experiência — apontando para si — e que não tem. Quem tem equilíbrio e quem não tem. E quem era extremista e não era.
“A questão da segurança, por exemplo, eles são contra a operação delegada, já teve artigos do partido dele de acabar com a polícia militar”, prosseguiu Nunes falando sobre o PSOL.
“Eu sou a favor de uma polícia armada, por isso que eu coloquei 2.000 guardar metropolitanos a mais e vou colocar mais 2.000 no meu próximo mandato”, prometeu.
E disse que sua parceria com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) era fundamental “para avançar na segurança, avançar na habitação”.
E era por isso que ele “estava fazendo o maior programa habitacional da história da cidade”, com 72 mil unidades entregues até o final do ano.
Ainda citou outros feitos como a tarifa zero nos ônibus no fim de semana; a faixa azul para motociclistas; e as vagas de creche para todas as crianças.
“Eu presidente de entidades, empresário, vereador por dois mandatos, relator do orçamento por várias vezes, vice-prefeito e prefeito. Essa experiência me permitiu fazer a gestão da cidade”, finalizou.
De acordo com Boulos, a campanha de Nunes quer que a população tenha medo ao citar extremismo, por temerem uma mudança na gestão da cidade.
“Isso só revela o medo e o desespero de quem não consegue largar o poder. Porque o poder para eles representa privilégios”, afirmou Boulos.
De acordo com o candidato do PSOL, algumas coisas estão em jogo na eleição.
“Se você acha que a saúde está tão boa como ele diz que está, se você concorda que vai numa UBSs e encontra todos os remédios, você concorda com ele”.
“Se você acha que São Paulo merece muito mais na saúde, alguém que cuide de verdade, alguém que olhe para você não só no tempo da eleição, eu te convido para a mudança”, continuou.
Ainda relembrou as pessoas que ficaram sem energia e que elas sabem que a “São Paulo real é diferente da propaganda do Ricardo Nunes”.
E que o será decidido na eleição é “se você quer deixar tudo como está ou se você quer mudar”.
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