O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF) iniciou, na manhã de segunda-feira (25), a I Jornada Jurídica de ##Prevenção## e Gerenciamento de Crises Ambientais.
O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF) iniciou, na manhã de segunda-feira (25), a I Jornada Jurídica de ##Prevenção## e Gerenciamento de Crises Ambientais. O evento reúne juristas, membros do poder público e da sociedade civil, na sede do órgão, em Brasília, com o objetivo de debater temas estratégicos sobre a gestão de crises ambientais e desenvolver soluções colaborativas para construir um Sistema de Justiça que atenda às necessidades reais da geração atual e das futuras.
Durante a cerimônia de abertura, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça da Federal (CJF) e um dos coordenadores-gerais do encontro, ministro Herman Benjamin, destacou o pioneirismo e a relevância mundial da jornada, bem como evidenciou que a jurisprudência ambiental brasileira é a mais rica do mundo, com precedentes em todos os temas de direito ambiental. "Temos iniciativas muito sólidas e promissoras de enfrentamento das crises ambientais no âmbito dos três poderes. Podemos dizer que o Poder Judiciário brasileiro está na vanguarda da proteção jurídica do meio ambiente em todo o mundo", afirmou.
O vice-presidente do STJ e do CJF, diretor do CEJ e também coordenador-geral da jornada, ministro Luis Felipe Salomão, explicou que o evento visa proporcionar, por meio do desenvolvimento de qualificados enunciados, "um farol e um norte seguro" para a atuação judicial sobre o tema no Brasil. Ressaltou o papel inédito e multidisciplinar do encontro e a emergência da discussão de soluções ambientais em nível nacional, com a expectativa de "produzir soluções de ##prevenção## e desenho institucional para respostas rápidas a crises ambientais".
O ministro do STJ Paulo Sérgio Domingues, coordenador científico da jornada, comemorou o alcance do evento: "São mais de 300 participantes, 301 propostas de enunciados encaminhadas às comissões e 183 selecionadas para debates". Segundo ele, o encontro é uma oportunidade de preparar o Poder Judiciário para casos de emergências climáticas de grande magnitude: "Nos últimos anos, os tribunais buscaram reagir da melhor forma possível às crises ambientais, mostrando uma grande capacidade de organização e articulação, mas ficou clara a necessidade da existência de estruturas previamente desenhadas para entrar em ação tão logo ocorra um desastre".
Estiveram presentes à mesa de abertura o diretor-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), ministro Benedito Gonçalves; a subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen; o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Caio Marinho; e a presidente da Comissão Especial de Mudanças Climáticas e Desastres Ambientais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marina Gadelha.
Também participaram da solenidade os coordenadores-executivos da jornada: o secretário-geral do CJF, juiz federal Erivaldo Ribeiro dos Santos; a juíza federal Vânila Cardoso André de Moraes e o juiz federal Otávio Henrique Martins Port, ambos auxiliares da Corregedoria-Geral da Justiça Federal.
Ao conduzir a conferência inaugural, o presidente do STJ e do CJF, ministro Herman Benjamin, destacou a importância de rever petições que impactam as mudanças climáticas: "As petições iniciais precisam ser revistas. É essencial que tragam, de forma clara, o impacto das mudanças climáticas, como desmatamentos ou construção de resorts à beira-mar, ignorando o aumento do nível do mar e a importância de manguezais e dunas na proteção do litoral."
Em seguida, o professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), chamou atenção para os impactos ambientais na saúde pública e na sociedade: "A questão ambiental é uma questão de direitos fundamentais. O Brasil tem dados robustos que podem contribuir para soluções locais e globais. Precisamos implementar medidas efetivas baseadas no que já sabemos que funciona. É uma responsabilidade compartilhada entre ciência, sociedade e Justiça."
Encerrando as exposições, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, refletiu sobre os desafios ambientais enfrentados pelo país e discorreu acerca do desmatamento, da desertificação e da destruição causada pelo garimpo ilegal como questões centrais: "A fiscalização do Ibama tem combatido crimes ambientais, mas ainda enfrentamos obstáculos, como decisões judiciais que anulam autos de infração e dificuldades na aplicação de penas alternativas."
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