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Natura (NTCO3): o fechamento de um importante capítulo que animou as ações na 4ª

A Natura&Co (NTCO3) anunciou na quarta-feira (27) um acordo com o Comitê Oficial de Credores Não Garantidos no âmbito do Chapter 11 nos EUA — semelhante à recuperação judicial no Brasil — da Avon Products Inc.


A Natura&Co (NTCO3) anunciou na quarta-feira (27) um acordo com o Comitê Oficial de Credores Não Garantidos no âmbito do Chapter 11 nos EUA — semelhante à recuperação judicial no Brasil — da Avon Products Inc. (API), subsidiária da companhia. Isso inclusive fez com que a ação tivesse alta de 3% na véspera, em uma sessão de forte queda para a maior parte dos ativos de consumo na B3. Nesta sessão, contudo, os ativos NTCO caíam cerca de 4%.

A empresa pagará US$ 34 milhões em dinheiro, contra US$ 30 milhões inicialmente propostos, aos credores não garantidos da API (principalmente reclamantes de talco). A cifra veio dentro das expectativas de um desembolso em dinheiro entre US$ 30 a 40 milhões do JPMorgan e deve dissipar os temores do mercado de que um acordo envolvesse um valor significativamente maior.

Além disso, a empresa também está perdoando 100% de sua dívida garantida e não garantida contra a API. A Natura também pagará o valor total dos recursos DIP, conforme anunciado anteriormente (US$ 43 milhões), e financiará o plano de pensão da API com US$6 milhões.

No geral, o JPMorgan avalia o acordo como positivo, pois abre caminho para a conclusão do Chapter 11 da API até a próxima quarta-feira (4). Os próximos passos, segundo o banco, após a homologação do acordo e do Capítulo 11, provavelmente serão a re-consolidação dos ativos operacionais da Avon International pela Natura, uma vez que foram os vencedores da licitação dos ativos.

“Em seguida, haverá uma possível separação ou venda desses ativos da Natura, já que o foco deve permanecer na América Latina”, explica o banco.

Com isso, conforme JPMorgan, os bons resultados apresentados nas operações da América Latina e sua sólida geração de fluxo de caixa livre (R$ 2 bilhões em uma base normalizada) devem ser os principais motores para as ações.

O JPMorgan manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24,50, com a empresa negociando a 13 vezes Preço/Lucro estimado para 2025.

Já o Goldman acredita que o acordo, embora ainda pendente de aprovação final pelo tribunal, remove um importante obstáculo para as ações, uma vez que muitos investidores temiam que o desembolso em dinheiro da Natura fosse mais alto ou que um acordo não fosse alcançado, o que poderia atrasar uma resolução final da questão.

O Goldman Sachs reiterou reocmendação neutra e preço-alvo de R$ 20.

O Bradesco BBI também avaliou o anúncio como positivo, pois o acordo foi substancialmente menor do que as expectativas formadas pelo mercado ao longo do processo, de acordo com suas interações, e o acordo foi fechado uma semana antes da audiência final.

Para BBI, a Natura&Co está dando mais um passo em sua estratégia de simplificação corporativa e limitando passivos relacionados aos credores da API, incluindo aqueles de requerentes de talco – ainda sujeitos à aprovação em 4 de dezembro. Com isso, o banco mantém perspectiva positiva sobre o valor potencial que a Natura pode gerar com a integração da Avon na América Latina nos próximos anos e com a conclusão de seus processos de simplificação corporativa.

O BBI manteve classificação de compra com um preço-alvo de R$ 20.

Após a conclusão da recuperação judicial da API, a Natura não apenas se beneficiará de uma demonstração de resultados mais leve, mas também de uma estrutura de negócios significativamente mais limpa.

Além disso, analistas da XP continuam otimistas quanto à implementação da Onda 2 e ao aumento dos investimentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), que devem apoiar resultados robustos nas operações da empresa na América Latina.

Por fim, a XP considera a avaliação da Natura atraente, atualmente em 12,5 vezes Preço/Lucro com base nas estimativas de 2025, com um rendimento de fluxo de caixa (FCF yield) de aproximadamente 9%, e um potencial para pagamento extraordinário de dividendos em 2025.

SIte da InfoMoney

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