O exército israelense atingiu alvos dos Houthis no Iêmen na manhã desta quinta-feira (19), poucas horas após do grupo apoiado pelo Irã lançar um ataque a Israel.
Os ataques aéreos israelenses, incluindo em portos e infraestrutura de energia na capital Sanaa, foram uma retaliação aos ataques de mísseis e drones Houthi contra Israel no ano passado, a maioria dos quais foi interceptada, disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF) em um comunicado.
A TV Al-Masirah, administrada pelos Houthis, disse que os ataques israelenses atingiram as usinas de energia Heyzaz e Dhahban perto da capital, o porto de Hodeidah e a instalação petrolífera de Ras Isa, onde foram relatadas mortes.
"A longa mão de Israel também alcançará vocês", disse o Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, em um aviso aos líderes Houthi após os ataques. "Quem quer que levante a mão contra o Estado de Israel — sua mão será cortada, quem quer que nos prejudique — será prejudicado sete vezes mais", ele acrescentou.
As tensões entre Israel e os Houthis aumentaram por meses enquanto Israel trava sua guerra contra o Hamas em Gaza.
Mais cedo nesta quinta-feira, sirenes foram ouvidas no centro de Israel depois que o exército israelense interceptou um míssil lançado do Iêmen, disseram as IDF.
Os Houthis atacaram Israel, seus aliados e linhas de navegação do Mar Vermelho em rejeição à campanha militar israelense em Gaza que matou mais de 45 mil palestinos.
O grupo, que controla as regiões mais populosas do Iêmen, diz que não vai parar de atacar Israel e seus aliados até que um cessar-fogo seja alcançado no enclave palestino.
Em julho, os Houthis assumiram a responsabilidade por um ataque mortal com drones em Tel Aviv, o centro comercial de Israel — o primeiro ataque desse tipo na cidade feito pelo grupo.
Israel reagiu no dia seguinte com fortes ataques aéreos em um porto iemenita, no primeiro ataque israelense desse tipo no Iêmen, de acordo com autoridades israelenses.
Em setembro, os Houthis dispararam um míssil profundamente em Israel e, no início deste mês, eles alegaram ter disparado um drone que atingiu um prédio no centro de Israel. Nenhum ferimento foi relatado em nenhum dos ataques.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, também atacaram alvos Houthis no Iêmen diversas vezes no ano passado, incluindo noites consecutivas de ataques em novembro.
Entenda os conflitos envolvendo Israel
No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.
A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.
Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura. Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023.
Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas. Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.
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CNN Brasil